O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sofrimento desnecessário

Football Club Twente 2-2 SLB Um Benfica de trabalho assegurou esta noite um empate que, por um lado, foi lisonjeiro, pelo sufoco que sofremos na segunda parte, mas por outro lado sabe a pouco, porque a vitória esteve perfeitamente ao alcance.
O princípio de jogo foi terrível para nós. A entrada agressiva em campo foi rebatida da pior maneira com um golo madrugador dos holandeses, que aproveitaram algum espaço em frente à nossa defesa para aplicar um remate forte que abriu o marcador. Acusando o toque, consentimos a posse de bola ao adversário, sentíamos grandes dificuldades para recuperar bolas e sair a jogar e não se via forma de sacudir a pressão.
Somente à passagem dos vinte minutos o Benfica deu finalmente acordo de si. Temia-se o pior até que Cardozo resolveu empregar a mesma receita do golo holandês. Aimar recuperou a bola em zona avançada e deu curto para o paraguaio se aventurar num remate de belo efeito. A partir daí, a equipa desinibiu-se e comandou os ritmos, culminando com a jogada magistral que nos adiantou por fim no placard.
Uma jogada para ver e rever: Cardozo endossa a bola a Witsel, que friamente abdica de rematar à boca da baliza para dar o golo a Nolito. Mais um golo do espanhol que tem feito mossa nas defesas contrárias.
A segunda parte foi de assédio holandês à baliza de Artur. O Benfica foi perdendo as rédeas do jogo à medida que o futebol de Aimar foi desaparecendo num jogo intenso mas nem sempre bem disputado. Se mais golos não sofremos neste período, muito o devemos a Artur, que ia adiando o golo do empate para desespero dos holandeses. Nem as substituições de JJ remendavam os rombos no barco, que sulcava águas cada vez mais revoltosas.
Tanto o cântaro foi à fonte que lá ficou a asa. Já perto do final Ruiz devolveu o empate ao Twente, num lance claramente irregular, mas que acabou por fazer justiça num jogo que podíamos ter controlado muito melhor.
Temos ainda muito a evoluir para termos uma equipa à altura das exigências do Clube. É desconcertante ver que gastámos 12 milhões em Bruno César e Enzo mas ter os humores da equipa completamente dependentes do estado físico de Pablo Aimar. É desconcertante ver um meio campo onde só Javi Garcia se dispõe a defender e fechar espaços. É ainda desconcertante ver como estamos dependentes de Cardozo, de muito longe o nosso melhor avançado, mas que parece à deriva num esquema que não se adapta às suas características.
Muitos problemas que urge resolver, porque este Benfica é ainda demasiado permeável e os 5 golos que sofremos nos últimos 3 jogos devem dar o grito de alerta.
Abraço

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cardozo só precisa que o compreendam

Claramente marcado por alguns adeptos de memória curta, que lhe não perdoam a série de jogos sem marcar e o estilo algo desengonçado e mesmo lento em campo, Cardozo tem sido o mal amado do plantel nesta fase de início de época. É-o até mais do que alguns jogadores que há bem pouco tempo disseram não se sentir bem no Benfica, e que mais se expuseram à desconfiança dos adeptos, com os quais o povo do Benfica está já, aparentemente, em vias de reconciliação.
Se há jogador injustiçado no Benfica, esse jogador é Óscar Cardozo. Por muito que desejássemos um jogador mais completo, o certo é que os Weldons, os Bergessios, os Kardecs, os Suazos e outros com os quais coabitou na Luz não deixaram melhor impressão do que o paraguaio.
Por muito lento e tosco que seja, o Tacuara executa como poucos a única tarefa que pode assumir. Não lhe podem pedir que venha à linha, que faça sprints, que parta os rins aos defesas contrários, assim como não podem pedir ao Artur que marque golos.
Cardozo nasceu com limitações evidentes que tornam previsível a manobra ofensiva da equipa? Sem dúvida. Mas quem negará que é um finalizador nato, difícil de substituir neste momento?
Não acredito que Cardozo saia neste Verão, porque o mercado não está para loucuras e a verba avançada pela imprensa como preço do paraguaio é demasiado alta para o seu corrente valor de mercado. Por isso, reabilitar o nosso artilheiro deve ser prioridade.
O facto é que Cardozo não esteve na última época ao melhor nível e este ano não tem sabido avivar o seu namoro com as redes adversárias. É verdade que no ano transacto contraiu uma lesão longa que pode ter prejudicado os seus números e que os adeptos do Benfica quase sempre tiveram pouca paciência com ele, talvez por acharem acessíveis os Drogbas e os Rooneys.
Mas tudo isto pouco ajuda a explicar o problema se não tivermos presente que a equipa de 2010/11 era substancialmente diferente da de 2009/10, ou que a equipa para 2011/12 não está montada a pensar em Cardozo.
Óscar nunca mais teve um extremo que o servisse como Di María, tanto Gaitán e Salvio como agora Enzo e Nolito privilegiam os movimentos interiores que não favorecem da melhor forma as características de um ponta-de-lança fixo como Cardozo. Por isso, sai muito mais do que devia da sua área de acção, sendo raras as vezes em que tem a bola a jeito para aplicar o potente pé esquerdo.
Do que precisa Cardozo para mostrar a veia goleadora? Compreensão. Dos adeptos e da equipa.
Abraço

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Golito dá passagem


Trabzonspor Külübu Resmi 1-1 SLB
Um golo de Nolito bastou para segurar a vantagem amealhada há uma semana e passar à última eliminatória de acesso à Champions. No quente ambiente turco, jogámos o quanto baste para controlar os acontecimentos. O que mais me agradou foi sem dúvida a forma como a equipa praticou a pressão alta e a defesa, nomeadamente a dupla de centrais, mostrou entrosamento.
Alertados por JJ para a falsa sensação de conforto com que partiam para a Turquia, os nossos entraram em campo com vontade de sentenciar de vez as contas. Nolito voltou a dar nas vistas, sobretudo no primeiro tempo e, apesar de ser cedo para avaliar da sua qualidade, mostrou frieza na hora de definir. Saviola assistiu para golo o espanhol e eis que as esperanças da formação turca praticamente sucumbiram ao minuto 20'.
O Trabzonspor aplicava a mesma receita da Luz, passes longos em busca da velocidade de Burak, mas raramente assustou Artur, que presenciou uma exibição desafogada dos seus companheiros neste período, com muita posse de bola, mas também muita inconsequência.
Mas nem tudo foram bons apontamentos na primeira parte. Muito castigadores no nosso lado direito, o adversário explorou bem a falta de apoio que Máxi teve por parte de Gaitán ao lançar um contra-ataque que daria no golo da igualdade.
As equipas partiam para o intervalo com a eliminatória quase decidida, e um recomeço de jogo pouco intenso deixava adivinhar que o Trabzonspor não teria argumentos para inverter o rumo dos acontecimentos. O Benfica ia trocando a bola sem grande ânsia, e desperdiçava ocasiões de golo de forma algo displicente.
Sentiu-se, e muito, a falta de um ponta-de-lança que desse expressão ao caudal ofensivo, mas nem quando a expulsão de um dos seus elementos deixou a equipa de Trabzon praticamente moribunda JJ se dignou pôr em campo Cardozo e investir para a jugular da vítima. Prenúncio do adeus do paraguaio?
O Benfica regressa assim a casa sem a vitória mas com a passagem no bolso, após disputar o primeiro jogo da sua história em que não alinhou qualquer português e após marcar o seu primeiro golo em solo turco.
Abraço

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O exemplo que vem de Máxi


Nos últimos tempos, Luisão tornou-se tema de qualquer conversa sobre o Benfica. Patrão da defesa nas últimas 8 épocas, Luisão assumiu uma importância que supera o seu rendimento em campo - que, honra lhe seja, tem sido elevado. Alvo de fortes críticas durante os seus primeiros passos de Águia ao peito, Luisão soube construir o seu espaço e garantiu mesmo a braçadeira de capitão, que nas últimas épocas envergou no campo embora Nuno Gomes fosse oficialmente o seu titular.

Ora, acontece que os jogadores mais antigos que ainda restavam no plantel saíram todos neste defeso (Moreira para Inglaterra, Gomes para Braga, Mantorras terminou carreira). Só um jogador sobrevive no Benfica desde a época 2003/04, e esse jogador é Luisão. Mas acontece também que, tal como todos os anos havia a novela sobre a vinda de Rui Costa, qual D. Sebastião, foi-se criando outra novela nas pré-épocas do Benfica: a birra de Luisão para sair.

Chamo-lhe birra porque Luisão não tem objectivamente razão para sair. Sempre foi acarinhado no Benfica, renovou há um ano com melhoria de ordenado, preparava-se para assumir em pleno o papel de capitão, gozou mais um semana de férias do que é suposto, em nenhum outro Clube Luisão será tão valorizado no Benfica. Mas Luisão esqueceu-se disso, referiu-se à época desgastante do ano passado "em que perdemos muita coisa" como se nenhuma responsabilidade lhe coubesse, passou por cima da sua vontade expressa no contrato e do recato que se impunha a escassos dias de um jogo decisivo.

Não acredito em más influências do empresário, embora exemplos recentes de jogadores que forçaram e conseguiram a desvinculação ao Benfica possa ter precipitado as declarações. O que é certo é que Luisão não é um miúdo, tem responsabilidades acrescidas no Benfica e tomou a opção de pôr tudo em causa, de trocar o certo pelo incerto.

Tudo o que pagarem pelo jogador, caso se concretize o desfecho anunciado, será pouco para compensar o Benfica do prejuízo desportivo numa época em que precisa de jogadores com maturidade e conhecimento da casa e em que remodela pelo menos 3 dos 5 lugares da defesa. Nem que se acerte em cheio no seu substituto o Benfica sairá incólume da deserção de Luisão.

Mas olhemos para os bons exemplos. Para o exemplo de quem disputa - e vence - os 90 minutos de uma final memorável da Copa América no domingo, sabe do nascimento de dois filhos gémeos durante a competição e na quarta-feira está em Lisboa a disputar a pré-eliminatória da Champions com o Benfica. Alguém que mal teve tempo para se refazer dos festejos e ver pela primeira vez os seus rebentos, mas que nem os problemas com as ligações aéreas e as 12 horas de caminho afastam do cumprimento dos seus deveres profissionais.

O Benfica precisa de mais jogadores como SuperMáxi.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dois passos na direcção certa


SLB 2-o Trabzonspor Kulübü Resmi
O quente anoitecer da Luz assistiu ao regresso do Benfica aos jogos oficiais, agora na época 2011/12. E foi com uma vitória consistente que os nossos jogadores brindaram os seus apoiantes, apesar de haver ainda muitas arestas para limar. Um resultado que nos permite alguma margem de erro na deslocação à Turquia.
Sem deixar os créditos por mãos alheias, a equipa começou o jogo em cima do adversário, com os "velhos" Cardozo, Aimar, Saviola e Gaitán a assumirem as despesas do jogo, embora quase sempre sem consequência. Tudo parecia um déjà vu da época passada, o esquema táctico, os jogadores (com excepção de Pérez, Emerson e Artur), até a forma como a nossa defesa era facilmente dobrada em contra-ataques rápidos.
Ainda sem entrosamento, com Rúben Amorim a remendar um lugar que não é o dele, não seriam de esperar grandes feitos da defesa, e Emerson, por um lado, e os foras-de-jogo assinalados ao ataque turco, por outros, foram disfarçando as dificuldades perante o surgimento de passes rápidos para as costas dos centrais.
O futebol rendilhado e agradável mas ineficaz dos primeiros 20 minutos foi murchando e o Trabzonspor afoitou-se por algo mais. Não esteve longe de o conseguir mas impõe-se dizer que o nulo registado ao intervalo era mais penalizador para o nosso lado.
A etapa complementar trouxe o avolumar da ameaça turca. O Benfica perdera o controlo do jogo e JJ resolveu substituir Pérez, ressentido de problemas físicos, por Nolito, e Amorim pelo campeão da Copa América, Máxi Pereira. O atrevimento adversário não tardou a ser castigado: primeiro foi Saviola a dar o aviso atirando ao poste, depois um passe de mágico colocou o reforço NOLITO em condições para alvejar a baliza. O fantasma do nulo foi enfim desfeito, à entrada para o último quarto de hora.
A Águia acordou de vez, mas não se livrou de novos sustos na sua baliza. Artur e alguma sorte à mistura mantiveram imaculadas as nossas redes, mas o resultado ainda não estava fechado. Axel Witsel deu curto para GAITÁN assinar o momento da noite e fazer a bola entrar redondinha na gaveta da baliza contrária.
Resultado justo, mas, mais importante do que isso, colocamos um pé na última eliminatória da Champions. Agora, resta-nos limar algumas arestas e integrar os reforços, que estão em fase de preparação muito diferentes. Nota-se sobretudo a falta de um lateral direito que permita resguardar o Máxi (e Rúben não é lateral), e nota-se que a saída de Luisão será dramática para um sector defensivo em reconstrução. Embora Artur e Emerson já dêem boa conta de si, é sobretudo essa reconstrução que deverá ocupar a equipa técnica nos próximos dias.
Abraço

terça-feira, 12 de julho de 2011

Que grande confusão...

Se a definição do esquema de jogo de JJ é ainda incipiente (nem outra coisa seria de esperar dada a fase da época), a composição do plantel por parte dos nossos responsáveis tem-me deixado um pouco desconcertado e com alguma expectativa para perceber qual o encadeamento lógico das opções tomadas.

A surpresa começa com a defesa. Inúmeros factores me levavam a esperar que a grande prioridade dos nossos responsáveis recairia no reforço deste sector. Desde logo, a alarmante sequência de jogos em que sofremos golos a época passada, após a saída de David Luiz; depois, a ausência de dois titulares (Máxi e Luisão) envolvidos na Copa América; por fim, a transferência do Coentrão para Espanha, que embora nos tenha valido Garay (também na Copa América) nos deixou claramente deficitários na posição de lateral esquerdo.
Ora, a 15 dias da eliminatória da Champions, não temos nem lateral esquerdo, nem lateral direito (Wass é ainda incógnita), nem centrais que ofereçam segurança (excepção feita talvez a Miguel Vítor). Quando ouço falar da adaptação de Javi Garcia a central, se calhar nem era má ideia como plano de contingência, comporta é alguns riscos graves: ficamos privados do nosso melhor médio defensivo (se calhar, do nosso único médio verdadeiramente defensivo), e o meio campo sem o seu bombeiro de serviço.

Quanto ao meio campo, abundam as soluções ofensivas, o que contrasta com a míngua de jogadores que garantam um equilíbrio tantas vezes inexistente a época transacta. Mais do que as patetices de Roberto, o que comprometeu as nossas aspirações foi o enorme fosso no meio campo entre os três jogadores mais adiantados e Javi Garcia, demasiado sozinho para acudir às perdas de bola dos colegas e que amiúde se viu confrontado com supremacia numérica do adversário. Este problema estrutural do nosso jogo não desapareceu, nem há indícios de que venha a desaparecer.
Além disso, fica a ideia de que as características dos jogadores para as alas são muito idênticas: jogadores de vocação ofensiva, aparentemente quase todos de boa qualidade técnica mas pouco disponíveis para correr atrás da bola. Quem esperava uma inflexão táctica de JJ para um ano em que está tudo em jogo, provavelmente vai desiludir-se.

Quanto ao ataque, livrámo-nos de alguns pesos mortos do Benfica do ano passado, mas parece-me que continuamos reféns da dupla de Saviola e Cardozo. O que limita a margem de JJ para enveredar por outros esquemas tácticos. Basicamente não vejo grandes alternativas aos dois dianteiros, por pior que seja o rendimento de Saviola. Jara é demasiado individualista apesar de voluntarioso e Rodrigo não parece ainda ameaçar tirar alguém do onze.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Atletismo: campeões absolutos em sub-23

«O atletismo do Sport Lisboa e Benfica voltou a fazer história esta época. As equipas de sub-23 masculina e feminina sagraram-se, este domingo, Campeãs Nacionais. As provas decorreram ao longo de dois dias na pista gémeos Castro, em Guimarães.
Depois de excelentes resultados obtidos no primeiro dia de competição, os atletas "encarnados" voltaram a conquistar títulos. Pedro Capela (lançamento do martelo), Miguel Moreira (800 metros), Eva Vital (100 metros barreiras), Ugundi Quiawacana (200 metros), Bruno Andrade, Fábio Gonçalves, Miguel Moreira e José Miranda (4x400 metros), e Nádia Gaspar, Cátia Leitão, Filipa Martins e Dorothé Évora (4x400 metros) derrotaram a restante concorrência.
No final da prova, o Benfica venceu no sector masculino com 150 pontos, seguindo-se o Sporting (79,50) e a Juventude Vidigalense (61). No sector feminino, as benfiquistas terminaram com 136,50 pontos, à frente de Sporting (102) e Sporting de Braga (62)».

Fonte: slbenfica.pt
Abraço

Ainda há esperança?

Confesso que esta pré-época tem excedido as minhas piores expectativas. Já assisti a pré-épocas muito más no Benfica, ainda piores do que esta, mas esta está ao nível do que pior vi.
Digo-o ainda antes de a nossa equipa ter realizado qualquer jogo, oficial ou oficioso, mas são já demasiado óbvios os sinais da monstruosidade que está a ser feita, e que mais uma vez nos vai cortar as asas.

Desde logo, a importância psicológica, goste-se ou não, de partirmos para a época sem NENHUM português no onze de base. Nem um único para amostra. Isto representa uma inversão completa dos valores Benfiquistas, e recorde-se que fomos o último Clube português a admitir estrangeiros no plantel. Não quero um Benfica à imagem e semelhança do Arsenal, uma Babel sem identidade, uma equipa simpática que fica todos os anos arredada do título.

Depois, o número obsceno de jogadores contratados. Wass, Nolito, Mora, Melgarejo, Nuno Coelho, Matic, André Almeida, Léo Kanu e outros que agora não me lembro, todos juntos eram capazes de fazer um jogador de jeito. A estes junte-se Shaffer, Yebda, Rodrigo, Fábio Faria, Urreta, Oblak, etc., que regressam de empréstimo, e Carole, Jardel e Fernández, os flops de Janeiro.

Destes todos acredito que um, no máximo dois, possam integrar o plantel de uma equipa grande. O plantel do Benfica é hoje uma massa balofa, disforme, sem ponta por onde se lhe pegue. As contratações vêm ao sabor do vento, sem que se descortine um fio condutor, um critério.

Chegamos a ter dez jogadores para duas posições, mas não temos um centrais dignos desse nome para a pré-eliminatória da Champions (e Luisão estará ausente), lateral esquerdo e lateral direito (Máxi também estará ausente.

Agora vem a venda do Coentrão, anunciada como um grande rasgo do presidente, mas que evidentemente terá como contrapartida a aquisição de Garay por 10 milhões, um jogador bastante caro (para cima de dois milhões/ano de ordenado) e acomodado em Madrid ao estatuto de quinto central. Vale por dizer que deixamos sair o nosso mais cotado jogador por menos de 20 milhões, pois há que contar com o famigerado fundo de investimento, que detinha 20% do passe.

Estes negócios em Madrid deixam-me louco. Cingindo-me ao Real, vendemos Di Maria por 25 milhões mas devolvemos 6 milhões em troca de Rodrigo e Alípio que nem foram para o nosso plantel; agora vamos mais longe: negociamos Coentrão por 30 milhões mas devolvemos 10 milhões em troca de mais um excedentário deles. Realmente, em Madrid todos gostam de nós...

Há dias escrevi que o Benfica não era um clube normal. Hoje parece-me cada vez mais que pura e simplesmente não é um clube de futebol. É uma instituição posta ao serviço de interesses, que não o de brindar os seus sócios e apoiantes com conquistas no futebol. Desculpem se estou a ser demasiado duro, demasiado apressado. Mas não gosto nada do que se está a passar.
Abraço

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A minha camisola

Esta é a camisola mais bonita do Benfica em muitos anos. Pelo menos, desde que alguém teve a triste ideia de inserir a publicidade frontal das camisolas em feios "adesivos" que, se num equipamento às riscas ainda disfarça, na nossa camisola deslustrava o seu brilho natural. Agradeço, por isso, o esforço da direcção do Benfica para que o patrocinador adaptasse a publicidade à camisola, e não fosse o Benfica a adaptar a camisola à publicidade.
A direcção teve, sem dúvida, um papel importante na sensibilização do patrocinador, mas muito do que se conseguiu deve-se à mobilização de muitos Benfiquistas que por várias formas lutaram para dar uma imagem mais genuína à camisola do Benfica. A eles também o meu obrigado.
Não tão apelativa como a camisola principal é a alternativa deste ano. Muito se discute na blogosfera Benfiquista sobre se o branco seria a cor ideal para este equipamento. Pessoalmente, preferia o branco, o preto, o cinzento ou o "bordeaux". Este ano optou-se pelo dourado, em homenagem aos heróis de Amesterdão. Não me choca. Já vi camisolas alternativas piores (quem não se lembra das do Vale...), embora o formato me faça lembrar uma camisola de guarda-redes.
Enfim, com aquele emblema, até pano velho é deslumbrante.
Abraço

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Benfica aos Benfiquistas

No Benfica, os Benfiquistas são cada vez mais raros. Parece um contra-senso mas é a verdade mais pura. Vieira parece ter o dom de rodear-se de não Benfiquistas, por vezes até anti-Benfiquistas primários, e dar-lhes guarida no nosso Clube. O presidente da SAD do Benfica e administrador da área financeira não é Benfiquista, o chefe do departamento jurídico não é Benfiquista, o novo director do futebol do Benfica não é Benfiquista.
Qual é a mensagem de Carraça ao dispensar um funcionário com 30 anos de casa, escassos dias após iniciar funções? É relegar os Benfiquistas que trabalham no Benfica para peça do museu que será criado na Luz? É desfigurando-o que se torna o Benfica mais forte?
Por estas e por outras não me espantam minimamente as denúncias de traição ao nível da cúpula dirigente do Benfica, reuniões da SAD que passado pouco tempo já chegaram ao conhecimento dos adversários, vários jogadores desviados, etc..
Enquanto os nossos rivais se reforçam de forma eficiente, revelada na comunicação social no máximo um ou dois dias antes da aquisição, o Benfica continua a brincar ao mercado. Os seus alvos são publicados nos jornais quinze dias antes de o Benfica sequer fazer qualquer proposta, as negociações arrastam-se até à náusea, os jogadores acotovelam-se no Seixal para correr sem se atropelarem uns aos outros.
Guarda-redes, médios e atacantes são sem exagero uns 40, centrais e lateral esquerdo para substituir Coentrão nem vê-los a 3 semanas da pré-eliminatória da Champions. Quanto a este, mantém-se interminável o impasse à volta da negociação, com prejuízos evidentes para nós e para o jogador.
Enquanto construímos a casa pelo telhado, a irritante teima em sobrecarregar a equipa com jogos de preparação, como se a nossa equipa fosse um músico em digressão. São pelo menos 7 (!) entre amistosos, jogos de apresentação, torneios particulares. Com a particularidade de um deles estar encavalitado em eliminatórias europeias, o que atesta bem que a incompetente planificação da época passada não foi caso isolado.
JJ que se cuide. A margem de manobra não vai ser grande.
Abraço

domingo, 26 de junho de 2011

Atletas do Benfica campeões nacionais



O Benfica sagrou-se, 15 anos depois, campeão nacional de atletismo no sector masculino. É, esperemos, o fim de uma longa travessia no deserto e um justo prémio para a aposta que vem sendo realizada há já alguns anos na modalidade.


Obrigado aos atletas do Benfica, que conseguiram um feito que, há dois ou três anos, seria considerado impensável, mas que com trabalho, dedicação e qualidade dos nossos profissionais foi possível. Este é também o fruto do crescimento de muitos jovens atletas, que já nos haviam dado títulos no escalão de sub-23.


Infelizmente nem tudo foram boas notícias, e a festa dos nossos rapazes não se estendeu às nossas meninas, que não foram além do segundo lugar. Espero que no próximo estejamos mais fortes também no sector feminino.


Esta alegria que sinto não me faz esquecer, porém, o cenário desolador nas nossas modalidades. Não é normal um Clube que como nós investe forte e coloca a exigência no topo não ser campeão em qualquer das 5 principais modalidades de pavilhão. Se não forem tiradas consequências quanto aos responsáveis por este vergonhoso fracasso das modalidades, então não prevejo dias risonhos no futuro.


Abraço

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Gostava tanto de estar optimista para a próxima época

Longe da expectativa e da ânsia de outrora, as contratações do Glorioso (e este ano são já invulgarmente muitas, mesmo tendo em conta o histórico dos últimos anos) têm-me deixado algo confuso e, até, desconcertado.

Quando vejo que estarão garantidos Artur Moraes, Bruno César, Nolito, Wass, Léo Kanu, André Almeida, Tiago Terroso, Nuno Coelho, Matic, Mora e Melgarejo, além da estupefacção de saber que perfazem uma equipa completa (11 jogadores), à partida só auspicio uma luta imediata pela titularidade imediata aos 3 primeiros. E convém lembrar que a nossa equipa B só será recuperada para o ano, na melhor das hipóteses, e teoricamente se destina a facilitar a integração dos atletas oriundos da formação no futebol sénior.

A estes há que juntar a quase totalidade do plantel que transita da última temporada (excepções confirmadas Salvio, Nuno Gomes, Coentrão, Luis Filipe, Sidnei e Airton), e ainda Urreta e Rodrigo, que provavelmente regressam após empréstimo.

Sinceramente não vejo aumento de qualidade. Pelo contrário, não trocava Coentrão ou Salvio por qualquer deles. Resta ter esperança no valor das apostas. Mas com direito a indignação por, quando tanto se fala em aliviar o nosso Clube do peso dos excedentários, nos candidatamos a ter ainda mais na próxima época.

O "aquecimento" do Benfica para a época que vem pode não ser rodeado de tanta excitação como noutros anos, mas não perdeu as tradicionais peripécias. Enzo estava garantido ou talvez não, jogadores que partem a loiça nas entrevistas a jornais, reforços a desvalorizarem o salto na carreira para depois se retractarem, jogadores respeitados dispensados de forma pouco curial.

Como se não bastasse, mantém-se a malfadada tendência para acumular jogadores de ataque e descurar que em vez disso precisávamos essencialmente de um central veloz e competente que complementasse com Luisão, um lateral esquerdo que remedie a falta de Coentrão, um lateral direito que faça concorrência a Máxi e um médio ala direito que auxilie o Javi nas transições defensivas.

Nenhum destes foi ainda contratado, apesar de tantas caras novas. E corremos o sério risco de ter uma defesa bem permeável nas eliminatórias da Champions (Luisão e Máxi na Copa América). Ninguém se apercebeu disso?

Termino com um apelo à direcção do Benfica. No meio de tanta azáfama, continuam a adiar o reforço que mais espero este defeso: a renovação com Máxi Pereira.
Abraço

domingo, 12 de junho de 2011

Se o Benfica fosse um clube normal...

Se o Benfica fosse um Clube normal, orientado para a vertente desportiva, não teria neste momento mais de 40 jogadores (10 deles reforços) em Junho para compor o plantel. Mas isto sou eu a dizer...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A saída de uma grande referência



O Benfica anunciou hoje na sua página da Internet o fim da sua ligação com Henrique Vieira, que durante os últimos 5 anos orientou a nossa equipa de basquetebol.

Henrique Vieira não é um profissional qualquer. Basquetebolista campeão pelo Benfica, a ele cabe grande parte do mérito do nosso recente regresso aos títulos após longo jejum nesta modalidade tão querida dos adeptos do Benfica.

O Benfica inicia um novo ciclo, mas encerra outro que não pode deixar de ser visto como virtuoso. Não devemos esquecer quem nos fez felizes, por isso, obrigado, Henrique Vieira.

Abraço

Onde é que eu já vi este filme...

Jogadores a chegar aos camiões à Luz (já se fala em 10 contratações e ainda só vamos em meados de Junho), saídas de jogadores importantes com espalhafato e polémica na praça pública, "referências" despachadas pela porta do cavalo, toda esta agitação no Benfica é um maná para os jornais, que prosperam à custa de tanta trapalhada.

Ponto prévio: não vou na onda, que muitos pretendem cavalgar, de que o Benfica é o culpado por o Fábio Coentrão fazer birra e pretender ir para o Real Madrid custe o que custar, oferecendo-se todos os dias num espectáculo mediático pouco dignificante para o próprio e para o Clube que representa. Também não culpo o Benfica por pretender cessar a ligação a Nuno Gomes, que aliás não se pode queixar de falta de apoio do Benfica. O Benfica não é o culpado disto, aliás, ele é o primeiro prejudicado.

No caso do Coentrão, não culpo o Benfica de absolutamente nada. O próprio jogador, que deve estar muito mal aconselhado, é que devia reflectir nas atitudes contraditórias e tristes que tem tomado. Primeiro, só saía mediante uma proposta que satisfizesse os interesses dele e do Benfica (já nem falo de quando se afirmou disposto a rubricar contrato vitalício com o Benfica, porque isso não passou de espuma dos dias...). Depois veio o estágio da selecção, veio o Ronaldo, veio o Ás, a Marca, etc.
E Coentrão mudou. O Benfica já não interessava para nada. O contrato que de livre vontade celebrara, recentemente prorrogado com revisão salarial, era letra morta. Saía nem que fosse a custo zero, e o Benfica devia era estar eternamente grato, como se ele nada devesse também ao Clube que o deu a conhecer ao mundo.
Disto o Benfica não tem culpa. E não me venha o Evangelista moralista com a treta de que o processo disciplinar é uma injustiça porque ele "levou o Clube às costas". Ele é um empregado do Benfica. Até o Eusébio, que é o senhor Eusébio, se sujeita a processos disciplinares se um dia voltar a trabalhar no Benfica e lhe faltar ao respeito.

O caso do Nuno Gomes já é um bocado diferente. E é diferente porque LFV quer transformar o Benfica numa Santa Casa da Misericórdia de quem não precisa, como fez no caso Mantorras. Se é verdade que o capitão do Benfica partiu para férias sem saber se o seu futuro passava ou não pelo seu Clube, estamos perante um caso grave e vergonhoso para a direcção. E se é verdade que, como consolação, foi aliciado com um cargo directivo no Benfica, por outras palavras, um tacho, ainda mais grave se torna.
Critico a forma como este dossiê terá sido gerido. Mas concordo plenamente com a não renovação. Há muito se sabe que, mal ou bem, JJ já não conta - alguma vez contou? - com o capitão. A própria produção desportiva do avançado nos últimos anos tem ficado muito aquém das expectativas.
Pessoalmente, gostava de o ver despedir-se num jogo de homenagem, com a ovação merecida. Agora, não me venha o Quim, que não perde uma oportunidade para cuspir no prato onde comeu, dizer que o Nuno Gomes foi mal tratado no Benfica, porque disso acho que estamos conversados. O Nuno Gomes deve ser o jogador mais acarinhado no Benfica.

Por fim, muito de passagem, as transferências. Causa-me muita confusão como é possível que, ainda sem praticamente nenhuma saída confirmada, os jornais já dêem como certas cerca de dez contratações. Incompreensível aos meus olhos de leigo, mas um filme muitas vezes visto nestes últimos dez anos. Surgiu há dias uma notícia que diz tudo sobre a forma como o Benfica tem sido gerido. O Benfica estará a ponderar vender Miguel Vítor. Um Clube que compra Sidneis por 7 milhões desfaz-se alegremente de um dos melhores centrais saídos da formação nos últimos largos anos. Dá lugar aos Kanus vindos da 4ª divisão brasileira...
Abraço

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Olhe-se para a formação do Benfica

Ainda pior do que perceber que não haverá qualquer português no onze titular para atacar o título na próxima época é olhar para o ostracismo a que são votadas as nossas equipas de futebol jovem. Não serão muitos os Benfiquistas que sabem o nome de mais de cinco jogadores da formação do Benfica, quando muito saberão que fomos campeões este ano em juvenis.
No Benfica, como na quase totalidade dos clubes portugueses (se não mesmo na totalidade) prefere-se comprar pronto-a-vestir. E os resultados estão à vista.

Ao contrário do que julga LFV, que ainda há pouco tempo apregoava termos ganho bastantes títulos na formação (não sei se contabilizou também os torneios particulares), os títulos do Benfica na formação não têm tido a cadência desejável, somando nós nos últimos 3 anos 2 títulos nacionais de iniciados (2008/09 e 2009/10) e 1 de juvenis A (2010/11).

Todo e qualquer jovem que transite das camadas jovens para a equipa principal, num Clube com a exigência do Benfica, ou é um sobredotado, ou está condenado a uma participação bem discreta, como aconteceu nos últimos anos com Miguel Vítor e, actualmente, Roderick Miranda. Ainda vemos o jogador da formação como um gajo que faz número mas permite satisfazer os requisitos da UEFA.

Mas isto não invalida que um jogador da formação, depois de amadurecer em outros ambientes, não possa ou deva integrar o plantel do Benfica, se tiver suficiente qualidade. Assim como não invalida o interesse em assistir a prestações pelo menos honrosas das nossas equipas de formação nos respectivos campeonatos.

Olhemos então, em primeiro lugar, para a equipa de iniciados, que esta época perdeu o ceptro de bicampeã nacional. Enquanto no ano anterior os nossos iniciados protagonizaram um verdadeiro passeio no campeonato, perdendo unicamente um jogo ainda na 1ª fase, sofrendo apenas um tento na fase final, ganhando todos os jogos desta fase, o tombo não poderia ter sido mais estrondoso.
A nossa participação na edição deste ano demasiado decepcionante: 4º lugar, o último da fase final. Não sei até que ponto terá sido má orientação técnica, até porque o treinador é exactamente o mesmo que ganhou de forma imaculada o título o ano passado. Menos ainda acredito na falta de qualidade dos jogadores. Por alguma razão uma equipa que até ao terceiro jogo da fase final não conhecia o sabor da derrota se desmoronou como um baralho de cartas, mas não é da minha ciência.

Quanto aos juvenis, pode-se dizer que fizemos o pleno, ao conquistar tanto o título de juvenis A como o de juvenis B. Enquanto esta última conseguiu fazer regressar o campeonato à Luz 25 anos depois, aquela teve um percurso absolutamente categórico, apenas com uma derrota no percurso. O que não surpreeende, tendo em conta que esta geração se sagrara campeã de iniciados no ano transacto. Parabéns a Bruno Lage e seus pupilos.

A mancha da formação do Benfica chama-se, lamentavelmente, equipa de júniores. E digo-o porque nos júniores a incompetência tem sido mais do que gritante, verdadeiramente monstruosa. No fundo, um reflexo da nossa admirável estrutura do futebol. Bastaria começar por referir que nos últimos 22 anos conquistámos 2 campeonatos (1999/2000 e 2003/04), o que aliás nem deve muito ao nosso palmarés no mesmo período em seniores. Mas já que de incompetência chapada falamos, o que dizer de uma equipa que em 14 jogos obtém 6 derrotas e 2 empates, quedando-se no 4º lugar, um pontinho à frente do 5º? É certo que a inclusão no plantel de candidatos estrangeiros por atacado, entre eles candidatos a craque provenientes do Real Madrid como quem varre lixo para debaixo do tapete não ajudou. Mas pior, mesmo com uma equipa fraquíssima, era impossível. Curiosamente, acabei de saber que Paulo Teles, somente um dos melhores do plantel (português. pois...), foi dispensado.

Leo Kanu, Fernandez, Elvis. A lista de nomes contratados nos últimos meses que terão uma passagem bem fugaz pela nossa equipa podia continuar. Mesmo esses, provenientes sabe-se lá de que fonte, alcançarão bem mais do que a quase totalidade dos nossos formandos, muitos deles destinados a serem aproveitados e valorizados noutras paragens.
Embora seja iniludível que há gente altamente competente dedicada às camadas jovens (aliás, desde 1992/93 que não ganhávamos títulos na formação em quatro anos consecutivos) o panorama geral é de um amadorismo que denuncia o real estatuto que a direcção do Benfica dá à formação, apesar das palavras em contrário que todos os anos ouvimos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Humildade

A descoberta do ano. Afinal, a grande chave para a recuperação do Benfica está na humildade. Aquela que ao longo dos últimos oito anos foi sendo substituída por um discurso megalómano, balofo, delirante mesmo em alguns casos. É caso para dizer bem prega frei Tomás...

Bem sei que um ano de sucessivas e dolorosas frustrações não cria o pano de fundo para grandes bravatas, mas é elucidativo ser a humildade tudo aquilo que o presidente do Benfica tem a apresentar como alteração para futuro. Não é difícil pedir humildade a quem viu escoar-se pelos dedos da mão todos os argumentos de superioridade desportiva que nos restavam. Não é difícil alardear a humildade. Difícil é praticá-la para quem até aqui nos habituou a juras falsas e vazias.

Humildade é uma palavra bonita, mas não chega para um Clube ser o melhor. Tem de aliá-la a muito trabalho e a uma estrutura que reme toda para o mesmo lado. E isso é que me parece não existir no Benfica. Esta vida de cigarra, de andar a viajar pelo país a inaugurar casas com pompa e de deixar o Clube para viagens de negócio ao estrangeiro tem sido desastrosa para o Benfica. Se em oito anos de estabilidade financeira e sangria desportiva não foi possível desenvolver esse trabalho, não tenho grandes veleidades quanto ao futuro.

Por fim, e esta parte não me custa menos, a crise desportiva foi este ano acompanhada por uma crise moral. Porque se tomaram atitudes que não estava habituado a ver no Benfica, de guerrilha e de radicalismo sem sentido. De combater a forma como somos recebidos em certo estádio a responder na mesma moeda vai uma larga distância, e a nossa direcção esteve longe de ser exemplar ao tomar atitudes que tiveram como efeito desprestigiar e isolar o Benfica.

A propósito, agora noto que alguns dos que se insurgem contra a divisão do país em norte e sul, instigada com ódio por um sujeito há décadas, afinal se aproveitam dela em benefício próprio. Não gostei de ver o presidente do meu Clube invocar um sentimento regionalista, como se o Benfica fosse um Clube circunscrito a uma região e tivesse um tratamento diferente de outro clube, porque está em região diferente.
Sou do norte, e sei que infelizmente o Benfica tem perdido muitos adeptos cá nos últimos anos. Se calhar, em vez de se acantonarem, não faria mal um exame de consciênca aos dirigentes do Benfica.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Focar os objectivos

O objectivo n.º 1 do Benfica para a próxima época é só um: a reconquista do título que perdemos este ano. Tudo o que for pensado a partir do final desta temporada deve ser avaliado à luz deste objectivo: não nos podemos dar ao luxo de comprar júniores do Real Madrid ou guarda-redes com 6 meses de experiência a alto nível.
Não precisamos de uma revolução no onze, porque grande parte dos que o formam foram campeões há um ano e não desaprenderam, simplesmente as suas debilidades físicas foram expostas por um plantel menos homogéneo do que o do passado. Não podemos cometer os mesmos erros. JJ saberá melhor do que ninguém com quem pode contar para a próxima época, mas é no perfil do jogador contratado que temos de acertar a agulha.
Roberto, Fábio Faria, Jara, Rodrigo Moreno, Gaitán e Salvio têm um traço em comum: na sua maioria, foram caros para o seu rendimento efectivo e não colmataram as saídas de jogadores importantes.
Este defeso, não precisamos de gastar dinheiro em jogadores que só vão explodir daqui a dois ou três anos, precisamos de jogadores maduros que não ofereçam dúvidas da sua valia, ou porque têm características de futebol europeu no caso de serem sul americanos, ou porque já evoluem no futebol português.
O futebol português é estratégico para o Benfica, porque como nenhum outro permite maximizar investimento (o mercado sul americano está cada vez mais especulativo) e porque, essencialmente, não coloca o problema da adaptação, que tantas vezes deita por terra observações feitas noutras latitudes.
Do mercado nacional já vieram grandes achados, como também já vieram grandes fiascos, e não acho que uma grande equipa possa alimentar-se só do mercado interno, mas um dos grandes problemas do Benfica é pensar que a solução para os problemas tem de aterrar na Portela numa quente manhã de Agosto, quando muitas vezes estava debaixo dos nossos narizes. Haja coragem para apostar no que há de bom em Portugal.
Abraço

domingo, 15 de maio de 2011

Ser implacável com quem falhou

Já se sabe que a direcção ou a equipa técnica não vão pagar pelos erros cometidos. Esta última terá, inevitavelmente, uma margem de tolerância ínfima em relação àquela de que desfrutava há cerca de um ano, e veremos se aguentará as ondas de choque de mais um começo de época desastrado, se tal se verificar.
Interessa, por isso, saber o que será da pasta das contratações e dispensas para a próxima época. Pelo que se sabe de quem dirige o Clube, não surpreenderá que rume à Luz uma boa mão cheia de jogadores, alguns dos quais até já estarão assegurados. Mas o que fazer aos actuais activos?
É um dado consabido que faltou muito banco esta temporada. São demasiados os pesos mortos que se limitam a fazer número e poucas ou nenhumas as alternativas válidas. Vejamos posição a posição.

Guarda-redes: esta foi a primeira posição a acusar deficiências graves, que se agudizaram ao longo da época. Roberto foi mais um flop monumental a que já nos habituámos (talvez um pouco mais estrondoso do que é habitual), Júlio César está estagnado a aquecer o banco e Moreira só está no Clube porque é um rapaz simpático, os sócios gostam dele e dá jeito (é português formado no Clube).
Nenhum dos três dá qualquer garantia de segurança. Neste posto específico, precisamos de algum jogador que venha agarrar o lugar de forma clara e não ofereça dúvidas da sua qualidade. O que não será para qualquer um, com a pressão a que será sujeito. A herança não é famosa e os jornais vão aproveitar qualquer falha para lhe fazer a folha, por isso é bom que tenha maturidade e estabilidade psicológica.

Defesa esquerdo: a continuidade de Coentrão é utópica, por isso, convém que seja encontrada uma solução com créditos firmados, o que não é fácil, pois é uma posição onde rareiam os bons valores. Carole pode vir a ser um bom suplente, mas só isso.

Defesa central: Jardel não é mau central, mas está visto que não emparelha bem com o Luisão. Sidnei não merece mais uma oportunidade, pelo que deve rumar a outras paragens. Não sei como está Miguel Vítor depois do empréstimo, mas o certo é que a saída de David Luiz não foi acautelada.

Defesa direito: Máxi é garantia de rendimento constante, mas falta-lhe alternativa. Luís Filipe não deixa saudades, precisamos de alguém que concorra com o uruguaio, caso contrário ficaremos com as calças nas mãos quando ele sofra alguma vicissitude.

Centro campista: para mim é no meio campo que reside a fonte dos males do Benfica esta temporada. A chave de tantos golos sofridos, que deitaram por terra qualquer aspiração está na forma como a equipa não se recompõe após a perda da bola, a forma como o meio campo ficou muito mais vulnerável após o adeus a Ramires. Depois da venda do Queniano, ficou Javi Garcia para lutar pela bola, o que é muito pouco. Aimar deve continuar, mas a aquisição de Bruno César indicia que além de Felipe Menezes também Carlos Martins poderá estar de partida. Salvio dificilmente fará segunda época, mas o nome do seu substituto dependerá do sistema táctico escolhido pelo treinador. Certo é que quem tem Urreta emprestado deve ter grande fartura de extremos...

Avançado: não foi a posição que mais comprometeu, mas é a que mais deve ser alterada. Já não há pachorra para o Saviola, Kardec não exibiu credenciais, Nuno Gomes já não é mais valia desportiva, Weldon vai para a Roménia. Jara deve ter segunda oportunidade, e o seu talento só é prejudicado por um inaceitável individualismo. Tantas vezes abono de família, Cardozo está esgotado, e apesar dos seus números significativos seria bom para ambas as partes que o paraguaio desse outro rumo à sua carreira. É nítido que a sua cabeça já mora noutro sítio qualquer.
Abraço

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Perguntas ao xô presidente

Olha lá, se não estás agarrado à cadeira presidencial, será que o mísero pecúlio de 2 títulos em 8 anos de mandatos, 10 como responsável pelo futebol, não chega para te pores a andar? O que mais será preciso, descermos de divisão?

Se estás no Benfica em espírito de missão, por que razão a tua conta bancária nunca esteve tão gorda e aproveitas viagens em que supostamente estás a representar o clube para promover as tuas negociatas pessoais?

Por que é que todos à tua volta têm de ser os culpados pelos sucessivos desaires, quando és tu supostamente o máximo responsável como tanto gostas de lembrar nos raros momentos de vitória? Não és tu o denominador comum desta década de fiascos, de centenas de jogadores contratados, de inúmeros treinadores recrutados e despedidos ao sabor dos teus caprichos?

Se dizes que o Benfica sempre foi um Clube democrático, por que reivindicas ter devolvido o Benfica aos sócios? Antes não era dos sócios?

Tens assim uma obra tão grande, por que é que não se nota nas salas dos troféus? Afinal qual é o objectivo, é ter obra ou é ter títulos?

Dizes que o que fizeste em dez anos levaria 40 anos a fazer em condições normais. Parabéns. O teu clube do coração conquistou 7 títulos nestes 10 anos, mais do que em qualquer década anterior...

Se o modelo desportivo é ganhar por rotina, temos de dar tempo ao tempo!!??? Quanto tempo mais precisas? 200 anos?

Não preparámos a época convenientemente. Mas quem tinha a responsabilidade de assegurar o bom planeamento não era a tua direcção? Quem agendou um torneio particular 4 dias antes da final da Supertaça?

Em relação à formação, já conquistámos assim tantos títulos? Há quanto tempo não somos campeões de júniores? E por que não falas da prestação calamitosa dos nossos júniores esta temporada?

Vamos ter 3 ou 4 jogadores da formação na próxima época. Lembras-te do que disseste há 7 anos atrás? Prometeste levar todos os anos dois júniores para o plantel principal. Foi o que se viu...

As modalidades antes de ti não existiam, não é? Então é impressão minha ou somamos esta década cerca de metade dos títulos conquistados nos anos 90?

Quando chegaste éramos os "bobos da corte", os do "talvez". E agora, graças a ti, somos o quê?

A "marca Benfica" vale 250 milhões de euros. Temos então um passivo maior do que valemos...

Até quando vais desculpar-te com erros de gestões anteriores? Até 2050?
Abraço

domingo, 8 de maio de 2011

Benfica vence Taça CERS




O Benfica conquistou hoje, pela segunda vez no seu historial, a Taça CERS em hóquei em patins. Uma vitória que nos deixa muito orgulhosos, não só por ser o segundo troféu europeu do nosso clube, mas também porque esta tem sido uma modalidade onde temos sido continuamente prejudicados internamente, tanto pelas arbitragens como pela própria estrutura federativa (que nos tirou o ano passado a organização da "final four" desta mesma prova).
Assistimos hoje a uma conquista à Benfica, arrancada com garra, espírito de sacrifício e alguma supremacia no encontro. Depois de derrotarmos a Física por 4-1 nas meias finais de ontem, este era o dia do tudo ou nada contra a equipa catalã do Vilanova, que jogava com o apoio do público, em sua casa.
Só uma exibição personalizada nos permitiria trazer a taça para a Luz, vinte anos depois da primeira, e o resultado de 4-6 espelha a qualidade do encontro e a superioridade Benfiquista. Apesar da sua jovem idade, foram precisamente os mais novos da equipa, João Rodrigues e Diogo Rafael, com 1 e 4 golos, respectivamente, que mais se evidenciaram e demonstraram que o futuro do hóquei nacional está assegurado. Depois, contar com jogadores da craveira do Luís Viana (1 golo), do Ricardo Pereira e do Caio faz o resto.
O facto de termos batido uma equipa do país que tem dominado quase a seu bel-prazer o hóquei em patins, em sua casa, dá um sabor ainda mais especial a este momento alto do hóquei encarnado e do hóquei português.
Vitória brilhante, a premiar uma secção que tem vivido momentos difíceis nos últimos anos mas que aos poucos dá passos sólidos para recuperar o tempo perdido e uma pujança que já foi indiscutida.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vieira vai falar...

Vem aí um novo ciclo? Há limites para a desfaçatez, para a incompetência, para o desrespeito pelo Benfica? De que me servem as suas desculpas? O que podíamos perder está perdido.

Despedida inglória

Sporting Clube de Braga 1-0 SLB Fim de uma época de frustrações, de trauma e de humilhação. Uma despedida ao nível do que foi o Benfica esta época, a perfeita antítese do ano passado. Uma equipa sem equilíbrio emocional, à deriva, sem estofo nem talento. O facto de termos alinhado com jogadores inertes fisicamente e de as armas secretas usadas neste jogo serem Jara, Menezes e Kardec diz tudo.
Acima de tudo NÃO MERECEMOS ir à final, tão pouco jogámos hoje. E digo isto desolado, porque bastava um golo para viajarmos até Dublin, mas criámos menos oportunidades do que o adversário e jogámos de forma incaracterística, "no chuveirinho", à espera que o golo caísse do céu.
O azar da lesão do Salvio não explica tudo o que de muito mau aconteceu esta época. Esta equipa estava sem confiança em si própria, mas acima de tudo física e mentalmente de rastos, em ruínas.
Disse Coentrão, mais do que meia equipa, que só a conquista Liga Europa permitia "esquecer esta época". Mas esta será uma época para lembrar pelos piores motivos possíveis.
Abraço

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Resultado muito perigoso




SLB 2-1 Sporting Clube de Braga Entramos na eliminatória a vencer, com uma exibição positiva, dentro das condicionantes, mas que deixa tudo por decidir para o jogo de Braga. O início do jogo até nem foi mau para o Benfica, mas cedo se viu que o adversário vinha para jogar adiantado tentando provocar dificuldades naquilo em que, pelo menos é o que dizem, somos mais fortes, as transições ofensivas e aproveitando eventuais perdas de bola quando nos balanceamos para o ataque. Foi um jogo de sofrimento, contra um adversário mais fresco e psicologicamente mais seguro.
A primeira ocasião de perigo do SLB foi protagonizada por Saviola, na cara de Artur acabou por rematar frouxo. Desfalcada de jogadores importantes no processo ofensivo, a nossa equipa não foi tão fulgurante como noutros jogos, só que o nosso domínio na primeira parte foi claro, apenas prejudicado por finalização perdulária.
Cardozo teve uma noite azarada, que começou num chapéu demasiado alto quando só lhe restava tirar as medidas à baliza bracarense. Enquanto o adversário ia tendo algumas situações de contra-ataque perigoso face ao adiantamento e menor capacidade de recuperação de alguns jogadores nossos, o Benfica teimava em levar ao desespero os seus adeptos, primeiro porque Óscar Cardozo rematou ao poste uma bola de golo e depois porque o abnegado Fábio Coentrão se isolou perante o guarda-redes e cruzou para zona de ninguém. Nem faltou um golo bem anulado a Cardozo.
Se a primeira parte deixou o travo amargo do desperdício, a segunda debutou praticamente com o primeiro golo do Benfica. JARDEL encostou para a baliza mais uma bola no poste de Cardozo na sequência de uma jogada brilhante de Máxi Pereira. Os festejos duraram pouco, porém. De uma assentada, Aimar faz falta e leva amarelo e da cobrança do livre correspondente nasce o golo do empate.
O jogo, sempre muito intenso, ganhava emoção, e seis minutos depois um outro livre, agora favorável ao Benfica, deu nova vantagem. CARDOZO fez um daqueles livres com selo de golo e a Luz foi ao rubro ao ver a bola entrar na gaveta da baliza adversária.
A partir daí o Benfica pouco mais fez de realce na partida, porque as dificuldades resultantes de uma gestão física deficiente da equipa se voltaram a acentuar e porque as substituições nada trouxeram. Manteve-se a magra vantagem, que não sossega minimamente para o jogo da segunda mão.
Num ambiente de cortar à faca como o que nos espera quando vamos a Braga, tentar aguentar a vantagem será suicida. Nunca vi uma final europeia do Benfica, torço para que a nossa equipa se suplante e faça um jogo inteligente.
Abraço

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A última oportunidade

Aquilo que se aproxima não é o jogo da época ou o jogo do ano, irremediavelmente perdido por uma equipa medrosa sem noção de si mesma. 6 de Maio vai ser o "dia do juízo final" desta época do Benfica e do que dela será recordado. Simplesmente uma derrocada ou uma derrocada interna amenizada pela campanha europeia.
É a última tábua de salvação lançada ao náufrago. É melhor que acabem as birras e comece o futebol. Está na hora de cobrar por fim as promessas soletradas ao vento.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Houston, we have a problem

Estava escrito nas estrelas que o Benfica quando rompe com o passado paga uma elevada factura. Quim foi dono e senhor das redes do Benfica durante 6 anos quase ininterruptos e passou de titular campeão a dispensado.

Para o seu lugar foi contratado um jovem guarda-redes espanhol que dava nas vistas no país vizinho, que fora eleito o melhor de la Liga no período (segundo semestre) em que defendeu as redes do Zaragoza. Contratação milionária, surpreendente, que aqueceu o último Verão do Benfica.

Muitos Benfiquistas criticaram veementemente este passo de risco, que gastava demasiado dinheiro em troca de um activo que pouco dizia aos adeptos. E a herança foi talvez demasiado pesada para Roberto, que se encarregou de adensar as suspeitas logo nos primeiros testes da pré-época.

Que a preparação da época não foi a melhor é um facto notório. Mas Roberto tratou de tornar a pré-época ainda mais incaracterística e rapidamente se tornou chacota dos nossos adversários. Os primeiros jogos da temporada foram desastrosos e o guarda-redes não dava a segurança que a equipa precisava como de pão para a boca, Roberto era responsabilizado mas JJ ia fazendo finca pé, até que se rendeu às evidências antes da 3ª jornada.

Roberto foi enfim encostado, até que logo aos vinte minutos Júlio César comete penálti, Roberto salta do banco sem aquecer e o estádio da Luz vem abaixo com a defesa do guardião. Recuperada a confiança, Roberto parecia virar fénix.

Mas como tudo o que não é sustentado por alicerces fundos, a queda de Roberto anunciava-se. Guardou-se para os grandes jogos. Primeiro, na Luz, num dérbi importante para as meias finais da Taça da Liga; depois novamente perante o público que sempre o incentivou no clássico que entregou as faixas; desta vez a assombrar uma noite europeia que corria de feição.

JJ tem um problema em mãos, e da sua resolução depende o nosso futuro. Ele move-se num terreno minado: vai até ao fim pela sua aposta pessoal mas temer pela possibilidade bem real de o seu protegido voltar a comprometer ou dar rodagem ao não menos inexperiente Júlio César já no próximo jogo, na Figueira.

Não será uma decisão fácil, mas este mau momento de Roberto parece abrir o caminho. Em todo o caso, uma coisa é certa: é o seu pescoço e o nosso futuro que está em jogo.

Abraço

Pontapé na crise


SLB 4-1 Philips Sport Vereniging Eindhoven A noite da Luz voltou aos espectáculos de futebol e da melhor forma, pois o Benfica logrou uma vitória robusta e que dá muito ânimo para a delicada deslocação à Holanda. O Benfica começou o jogo com uma dinâmica muito forte que apanhou de surpresa quem esperava uma equipa ansiosa e com medo de falhar, como no jogo anterior.


A entrada prometia e logo aos 7 minutos enviámos o primeiro aviso à defesa holandesa: Saviola recebe a bola em plena área, rodopia e atira ao poste. Primeira grande oportunidade perdida, numa altura em que já nos acercávamos com perigo da baliza contrária.

Apesar da avalanche ofensiva, faltava sempre algum acerto no último passe ou no remate à baliza, o que levava ao desespero os mais de 60 mil que encheram a Luz, ao ver tão bom futebol ir pelo cano. Ora era Cardozo que viu um golo anulado e muitas bolas defendidas in extremis por Isaksson, ora era Gaitán a falhar o cabeceamento de baliza à mercê.

Foi então, aos tardios 37', que o mago AIMAR decidiu ser hora de desfazer o impasse. Cardozo remata e, depois de uma defesa incompleta, o astro argentino fez rodar o marcador.

Não satisfeitos, os jogadores continuaram em busca do sucesso e Coentrão em mais uma exibição de sonho faz assistência mortífera para SALVIO, que com um gesto tecnicamente refinado deu de calcanhar para o golo. De referir que os dois laterias, Máxi e Fábio, foram duas locomotivas do jogo do Benfica, duas setas bem apontadas ao adversário.

Dois a zero, mesmo à beirinha do intervalo, que lançava a partida nos moldes que mais convinham e que davam expressão ao domínio exercido. A segunda parte não truxe um Benfica tão fulgurante, mas ainda assim o resultado pecava por escasso. Mas não demoraria até que SALVIO partisse a loiça e, após fintar com toque subtil, chuta cruzado sem hipótese para o guarda-redes.

O jogo parecia no bolso por esta fase, mas puro engano. As oportunidades foram sendo desperdiçadas (e só isso impediu números assombrosos), a fadiga crescente foi partindo a equipa e a inacção do treinador deu alento ao adversário. É desconcertante esta equipa do Benfica, cuja qualidade técnica só por vesgos pode ser negada mas que é pura e simplesmente incapaz de adormecer o jogo favorável e fazer jogo de contenção.

Ora, isso pode ser fatal contra adversários poderosos. JJ demorou um quarto de hora a perceber que o jogo nos fugia e, quando fez as substituições, já o PSV partia declaradamente para a frente.

E foi logo a seguir às paragens para substituição que Roberto volta a fraquejar em momentos cruciais. Defesa para a frente a uma bola fácil e um holandês recém-entrado faz um golo que nos pode custar caro. O fantasma da baliza teima em não sair da Luz e a casmurrice de JJ prejudicou outra vez o Benfica. O Benfica expôs-se ao risco e pagou.

O nosso futebol ressentiu-se do soco no estômago, mas uma injustiça tão flagrante tinha de ser corrigida. Os nossos jogadores foram buscar forças onde elas pareciam não existir e aos 90'+3 o Benfica rechaçou o fôlego do PSV quando Máxi mais uma vez se aventurou em terrenos adiantados e sacou da cartola SAVIOLA. O Conejo deu um pontapé à meia volta que só parou no fundo das redes.

Boa perspectiva, mas eliminatória em aberto. A eliminatória está longe de fechada, e quem pensa que está encaminhada esquece que do outro lado está uma das equipas mais concretizadoras do mundo. No próximo jogo já terão disponível o seu melhor ponta-de-lança e vamos encontrar um ambiente muito adverso.

Que o Benfica seja tão ou mais feliz do que hoje e, de preferência, mais eficaz.

Abraço

terça-feira, 5 de abril de 2011

Casa do Benfica em Gondomar outra vez vandalizada

«A casa do Benfica em Gondomar, alvo de incidentes após o jogo de domingo entre os "encarnados" e o FC Porto voltou a ser vandalizada na madrugada desta terça-feira, através do arremesso de artefactos incendiários.

A ofensiva contra o edifício onde está, desde Janeiro de 2009 instalada a Casa do Benfica em Gondomar, em Fânzeres, sofreu danos na fachada ainda não contabilizados, provocados por pequenos focos de incêndio.

O arremesso de artefactos incendiários, visíveis nos vidros das garrafas partidas e nas mechas espalhadas pelo chão, surgem 24 horas após a GNR ter sido chamada para colocar cobro a incidentes no final do Benfica-FC Porto. Na altura, vários benfiquistas sofreram actos provocatórios de simpatizantes do FC Porto, que arremessaram pedras e tentaram queimar a bandeira do Benfica, tendo dois dos atacantes sido identificados pelas autoridades.

Os dirigentes daquela estrutura, que preferiram não comentar o incidente por receio de novas represálias, dado que, segundo dizem, têm "a cabeça a prémio", lamentam a escalada de violência e criticam a actuação das forças de autoridade.

Os incidentes de domingo e desta manhã, que colocam em perigo também os edifícios contíguos, foram os mais graves registados na Casa do Benfica em Gondomar, que já foi alvo de assaltos e outros actos de vandalismo.

A GNR esteve no local para observar os danos e levantar o respectivo auto de ocorrência».

Fonte: publico.pt

A minha solidariedade para os Benfiquistas de Gondomar.

Abraço

Parabéns a quem os merece

O desaire passado vai deixar mazelas psicológicas, mas não me cega. Independentemente de questões externas, houve muito mérito dos jogadores do FC Porto e por isso estão de parabéns. Dói saber quão anjinhos fomos esta época, mas houve quem soubesse aproveitar os nossos erros e repisar as nossas feridas e acabou por conquistar o campeonato cedo demais, no lugar errado, por nossa culpa.

Agora que nada há a fazer senão ser digno nos jogos que restam do campeonato, impõe-se tirar lições dos erros cometidos para que não mais se repitam. Chega de traumas, venham as vitórias. Abraço

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mudar o destino

Hoje não é preciso ser bruxo para saber quais serão as capas dos jornais, para quem são as hossanas e a bajulação até à náusea e para quem será o requiem fúnebre. Temos duas opções: ficar em casa a chorar e virar a cara à luta ou aprender com os erros e exteriorizar revolta que hoje sentimos. Chorar como um pequeno ou reagir como um grande? Qual será o teu futuro, Benfica? Vais deixar a procissão passar?

domingo, 3 de abril de 2011

Hoje sinto VERGONHA

Por causa de uns incompetentes miseráveis que resolveram arrastar pela lama o que resta do nosso orgulho e escarrar na honra do Benfica. O que se passou no final do jogo foi além do tolerável, foi uma vergonha que se abateu sobre todos os Benfiquistas. Uma VERGONHA. Chega de incompetência, não bastaram os erros todos de planeamento da época, pela enésima temporada consecutiva. Tinham de nos fazer cair a todos no ridículo e de tornar a noite ainda mais épica para o adversário.

Limpar as lágrimas e olhar em frente

Infelizmente, este dia ficará marcado a negro da história do Benfica. Não pelo jogo. Não é isso que me deixa furioso, muito por causa de jogadores como Fábio Coentrão e Gaitán, que me fazem pensar que nem todos os jogadores merecem o anátema da culpa por este campeonato desastroso. Eles mais do que ninguém souberam honrar a camisola do Benfica e não mereciam de todo este trauma. O que me deixa realmente muito triste é a atitude de quem arrastou pela lama o nome do Benfica. O comportamento de certos indivíduos que se dizem adeptos de futebol antes do jogo, a exibição de certos jogadores que têm de abandonar o clube de uma vez por todas e que claramente estão a mais (para quem não aguenta a pressão, a porta da rua é a serventia da casa), e o inacreditável corolário que foi o apagão no final do jogo. Aqui não foi um punhado de pulhas marginais o responsável, foi alguém da direcção, o que me deixa revoltado e preocupado. Se calhar, muitos os que se bamboleiam com o nosso emblema no casaco nunca deveriam ter cruzado a porta da Luz. Abraço

quarta-feira, 30 de março de 2011

Agora e sempre

É este o maior tesouro do Benfica

(imagem captada num estádio francês)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Basta de ódio

Da mesma forma como condenei o ataque à comitiva encarnada que viajava de Paços de Ferreira, repudio o apedrejamento de ontem à casa do FC Porto em Coimbra. Não quero saber se os delinquentes em qualquer dos casos são deste ou daquele clube. Ninguém é dono da verdade, ninguém tem superioridade sobre outro, há é responsáveis por violência e vítimas dela.
Não importa se é uma agressão destinada a magoar ou se é um acto de intimidação e vandalismo, o mal que está subjacente é o mesmo.
Por isso, aplaudo o comunicado de ontem do Benfica. Não foi seguramente ele a razão desse apedrejamento, porque justamente condena a violência e aponta o caminho certo, do apaziguamento dos ânimos. O clássico de 3 de Abril é (apenas) um jogo de futebol, mas há muito quem, de ambos os lados, se parece ter esquecido disso.
Violência gera violência, o ódio alimenta-se dele mesmo. Nunca há desculpa para o crime, mesmo quando nos sentimos atingidos por ele. Tal como há uns meses, na véspera do Porto-Benfica, denunciei ataques a algumas casas do Benfica no norte do país, não posso aceitar que um jogo comece manchado pela intolerância e pela irracionalidade.
Por pior que nos tenham recebido nos últimos clássicos, espero que não haja qualquer retaliação.
Abraço

terça-feira, 22 de março de 2011

Segue a vergonha no hóquei em patins

Num jogo decisivo para apurar o campeão, o nosso rival na luta pelo título acaba de dar mais uma facada na modalidade. Numa das deslocações teoricamente mais complicadas, em que só a vitória deles nos impedia de passar para a frente do campeonato, mais uma vez factores externos os levaram ao colo e nos mataram de vez qualquer veleidade.
O hóquei está, de há muitos anos, à beira da morte, mas esta noite os do costume encarregaram-se de lhe dar mais uma facada. A perder por 3-1 a cinquenta segundos do fim, numa modalidade onde não é certamente fácil marcar um golo, fizeram a "obra" de marcar 3 golos e vencer por 3-4. Três remates à baliza, três golos, com muita passividade do adversário à mistura e com a "mãozinha" habitual.
Nem se preocupam em esconder, em disfarçar. De nada vale reforçarmo-nos, contratarmos os melhores jogadores a nível nacional. Isto é uma vergonha, mas é mais provável o Benfica ganhar uma competição europeia do que o campeonato de hóquei.
Mas enfim. Siga a banda. Para mais um ano onde nos vão remeter ao papel de bombos da festa.
Abraço

Um humilde adeus a uma grande figura


Presidente e autocarro do Benfica emboscados!

"A comitiva do Benfica foi atacada no regresso de Paços de Ferreira. O carro onde seguia o presidente Luís Filipe Vieira foi mesmo atingido em cheio por um saco de pedras lançado de cima de um viaduto.
Segundo foi possível apurar, o líder do clube da Luz terá mesmo recebido assistência no local, apresentando ferimentos ligeiros. Pior ficou o carro onde seguia, com o capot bem amolgado e o vidro partido".

Fonte: abola.pt

Este acto bárbaro está muito longe de ser um acto isolado. Infelizmente, o óbvio está à vista de todos. A impunidade da violência que continuamente tem sido praticada sobre responsáveis e jogadores do Benfica continua a fazer vítimas.
Não acredito em coincidências, muito menos quando o ataque ocorreu nas vésperas de um importante clássico e logo no único viaduto que não tinha sido vigiado pela polícia.
Enquanto não forem tomadas medidas, enquanto continuarem a fechar os olhos à violência e à incitação à violência com que assiduamente somos confrontados, nada mudará.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Futebol de alto calibre na Mata Real


Futebol Clube Paços de Ferreira 1-5 SLB O Benfica encheu o saco na visita à equipa sensação do campeonato, conseguindo um resultado e uma exibição que galvanizam a equipa e os adeptos para os desafios que se aproximam.
Mas atenção: o resultado pode ser enganador, pois o Paços fez muito mais do que a leitura do placard indicia. Foi um Benfica demolidor numa certa parte do jogo e matreiro nos momentos certos, e só isso permitiu estes números.
O jogo começou com um Benfica a jogar a alto nível, praticamente sem deixar o adversário respirar, e logo aos 4' o resultado começou a reflecti-lo. Na sequência de um canto, um central do Paços comete penálti de forma infantil e CARDOZO aproveita para inaugurar o marcador. A entrada prometia e apenas 8 minutos após AIMAR deu a melhor resposta a solicitação do colega Saviola.
O Benfica praticava um futebol resplandecente, jogadas de envolvência, ritmo elevado, ocasiões em catadupa. A primeira meia hora pertenceu-nos e GAITÁN sublinhou o momento com um golo do outro mundo, um remate colocado que bate no poste e entra direito na baliza, aos 26'. O jogo parecia resolvido, mas um momento infeliz de Carole - que, malgrado, rubricou exibição globalmente positiva para quem não tem rotinas - deu azo à reacção pacense. Um autogolo que lançou o Paços para um último quarto de hora excelente, apenas traído por expulsão tão clara quanto escusada.
Ao intervalo nem parecia que apenas tinham decorrido 45 minutos. A segunda parte foi menos intensa, e até com algum ascendente dos castores, cujos arrufos terminavam invariavelmente nas luvas de Roberto. Já perto do final, quando sentiu o desgaste físico do oponente, JJ jogou o "joker" Nuno Gomes e saiu altamente recompensado.
O eterno 21 fez o gosto ao pé por duas vezes e levou ao êxtase a multidão Benfiquista que mais uma vez acompanhou a turma da Luz. Cada golo do capitão pode ser o último, mas o goleador mais produtivo da Liga tem feito questão de adiar o adeus aos festejos. Assim continue.
Este jogo, a exibição que, mesmo poupando alguns elementos, fizemos na primeira parte mostra que vale a pena lutar, vale a pena acreditar. Os nossos adeptos merecem bem mais do que o lugar que nos parece destinado nesta liga.
Abraço

domingo, 13 de março de 2011

Perdido por cem, perdido por mil?

SLB 1-1 Portimonense Sporting Clube Não vou comentar o nosso jogo, que foi pobre, mas ninguém estava à espera de outra coisa quando viu a ficha de jogo e o nosso onze inicial. No fundo, este jogo foi a prova da fragilidade do nosso banco, e espero que tenha chamado a atenção por um lado para os resultados que a ausência de gestão do plantel produz (se não me engano entraram hoje de início três jogadores sem qualquer minuto na época) e por outro para a falta de qualidade gritante das segundas linhas.
Não vou apontar culpas aos jogadores que hoje estiveram em campo, porque se esforçaram e não são os responsáveis pelas suas contratações, mas há algo muito errado quando vários jogadores que estão no plantel fazem os primeiros minutos no último terço da época.
Para JJ, há mais de uma semana que o campeonato terminou e que as fichas estão todas apostadas na competição europeia e nas taças, mas espero que se tirem ilações deste jogo para futuro e para que não haja mais ninguém no plantel para fazer número. Se não contam para o técnico, então não estão a fazer nada no Benfica (a não ser que nos queiram tornar a Santa Casa dos jogadores).
Enfim, espero que os que foram poupados se apresentem frescos em Paris.
Abraço

Olha quem é o incendiário


Com esta e muitas outras declarações incendiárias que vêm sendo branqueadas pelos media ou suavizadas com o eufemismo da ironia que de ironia não tem nada.
A minha solidariedade para com Gomes da Silva, que é só a mais recente vítima da intolerância e do ódio acicatados pelos jagunços da clubite anti-Benfica.
A nossa resposta não tardará, mas será dada dentro de campo, pelos nossos jogadores.
Abraço

sexta-feira, 11 de março de 2011

Banco faz falta

O colapso físico dos nossos jogadores nem devia ser tema de conversa em inícios de Março. Mas é-o, e o que já se vinha a desenhar nos últimos dias assumiu ontem contornos realmente graves, com vários jogadores a não responderem fisicamente às exigências do jogo e uma equipa partida e impotente.
É certo que temos feito uma época muito desgastante, quer a nível físico, quer mental, porque o modelo de jogo do nosso treinador exige o máximo dos jogadores, porque estamos em várias frentes que se alternam em mais de um jogo por semana, ou porque desde Agosto em cada jogo se decide as nossas aspirações nas várias provas.
Mas há um factor que realmente exponencia este caldo explosivo: a ausência de rotatividade na equipa. Tão importantes como os que jogam de início são os que ficam no banco de suplentes, e embora JJ já tenha resolvido alguns problemas a partir das substituições, o pequeno círculo de jogadores que podem substituir os titulares habituais não é suficiente para que a disponibilidade física seja boa já nesta altura.
É por demais evidente que jogadores como Aimar, Gaitán e Salvio estão presos por arames e dificilmente voltarão a brilhar como há um mês atrás, enquanto outros como Fábio Coentrão, Javi Garcia, Cardozo e Saviola estão demasiado espremidos, o que tem afectado o seu rendimento nos últimos tempos.
Tudo isto seria evitado se a gestão da equipa tivesse poupado aqueles que denotavam maiores sinais de cansaço. Mas esta gestão não tem sido feita, se calhar porque, apesar do investimento passado, não dispomos de um plantel tão homogéneo assim. Em certas posições (médio-ala e defesa lateral) não há pura e simplesmente quem possa substituir os titulares e muito menos ser opção para os 90 minutos, enquanto outras (n.º 10, médio defensivo, ponta-de-lança) são asseguradas com algum déficit de competência em relação aos titulares.
Não há milagres: não é com 14/15 jogadores que se ataca uma época com mais de 40 finais. Enquanto tivermos jogadores no plantel só para fazer número, isto vai continuar a acontecer. As recentes apostas em jogadores que são uma incógnita em alta competição (Wass e Carole, e outros) não me deixam descansado. A contratação de jogadores com o patamar qualitativo de Aimares ou Cardozos tem sido excepção e não regra.
Abraço

quinta-feira, 10 de março de 2011

Entrada masoquista foi salva a tempo


SLB 2-1 Paris Saint-Germain Footbal Club Uma vez mais, o Benfica falhou a entrada em jogo no estádio da Luz e arriscou-se a pagar bem cara a desconcentração inicial. Dá mesmo vontade de questionar se alguém se deu ao trabalho de estudar as equipas que nos visitam em competições europeias. Pior do que isso, a primeira parte do Benfica foi de deixar os cabelos em pé, descoordenação defensiva total, nervosismo, jogadores desposicionados que não sabiam bem o que faziam no campo, novos erros em bolas paradas que por sorte não deram golo.
Sorte que não durou sempre, porque às primeiras ameaças sucedeu-se o golo dos parisienses. Golo que não surpreendeu ninguém e que foi o corolário de mais um chorrilho de disparates defensivos, em que o adversário fez o que quis em frente à baliza enquanto os nossos jogadores cortavam a bola com os olhos.
Decepção na Luz, a que se seguiu, por volta da meia hora de jogo, a reacção encarnada. Os primeiros sinais de vida do Benfica surgiram pelo pé de Cardozo, exímio a cobrar livres, mas que teve réplica de Apoula. Pouco depois, a Luz agitou-se com uma ilusão de golo, devido a um ressalto que por pouco não desviava a bola para a baliza gaulesa.
Aos 41', o golo que já começávamos a merecer. Carlos Martins faz um passe em grande estilo e MÁXI apontou para a gaveta da baliza. Um tento merecidíssimo daquele que foi só o melhor em campo. Que raça, que coração!
A segunda parte veio em ritmo morno, destoando da vertigem que os últimos minutos da primeira parte trouxeram ao público da Luz. O Benfica, muito desgastado (alguém viu Gaitán e Salvio?), precisava de gente fresca para soltar o seu futebol.
E JJ sacou um coelho da cartola, de seu nome Pablo Aimar, que ao primeiro toque na bola originou mais um lance de claro prejuízo para o Benfica, se não bastasse o que temos vivido nas competições domésticas. O árbitro quis ser vedeta e fez vista grossa a um lance que não pode deixar dúvidas: Saviola foi carregado dentro da área, penálti por marcar.
O Benfica sentiu o toque, mas cerrou os dentes e continuou a pressionar e a empurrar o adversário, que já pouco incomodava, ainda mais para a sua baliza. E aos 81', eis que enfim se escreveu direito por linhas travessas: JARA pega na bola à entrada da área e coloca-a fora do alcance de Apoula. Belo golo do argentino, que voltou a justificar cada segundo de jogo. Um jogador à Benfica, que nunca dá um lance por perdido.
O Benfica salvou a face, diante dos seus adeptos, e aguarda-o um Campo dos Príncipes que certamente terá forte presença lusa. Um palco onde temos de vencer.
Abraço