O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ainda há esperança?

Confesso que esta pré-época tem excedido as minhas piores expectativas. Já assisti a pré-épocas muito más no Benfica, ainda piores do que esta, mas esta está ao nível do que pior vi.
Digo-o ainda antes de a nossa equipa ter realizado qualquer jogo, oficial ou oficioso, mas são já demasiado óbvios os sinais da monstruosidade que está a ser feita, e que mais uma vez nos vai cortar as asas.

Desde logo, a importância psicológica, goste-se ou não, de partirmos para a época sem NENHUM português no onze de base. Nem um único para amostra. Isto representa uma inversão completa dos valores Benfiquistas, e recorde-se que fomos o último Clube português a admitir estrangeiros no plantel. Não quero um Benfica à imagem e semelhança do Arsenal, uma Babel sem identidade, uma equipa simpática que fica todos os anos arredada do título.

Depois, o número obsceno de jogadores contratados. Wass, Nolito, Mora, Melgarejo, Nuno Coelho, Matic, André Almeida, Léo Kanu e outros que agora não me lembro, todos juntos eram capazes de fazer um jogador de jeito. A estes junte-se Shaffer, Yebda, Rodrigo, Fábio Faria, Urreta, Oblak, etc., que regressam de empréstimo, e Carole, Jardel e Fernández, os flops de Janeiro.

Destes todos acredito que um, no máximo dois, possam integrar o plantel de uma equipa grande. O plantel do Benfica é hoje uma massa balofa, disforme, sem ponta por onde se lhe pegue. As contratações vêm ao sabor do vento, sem que se descortine um fio condutor, um critério.

Chegamos a ter dez jogadores para duas posições, mas não temos um centrais dignos desse nome para a pré-eliminatória da Champions (e Luisão estará ausente), lateral esquerdo e lateral direito (Máxi também estará ausente.

Agora vem a venda do Coentrão, anunciada como um grande rasgo do presidente, mas que evidentemente terá como contrapartida a aquisição de Garay por 10 milhões, um jogador bastante caro (para cima de dois milhões/ano de ordenado) e acomodado em Madrid ao estatuto de quinto central. Vale por dizer que deixamos sair o nosso mais cotado jogador por menos de 20 milhões, pois há que contar com o famigerado fundo de investimento, que detinha 20% do passe.

Estes negócios em Madrid deixam-me louco. Cingindo-me ao Real, vendemos Di Maria por 25 milhões mas devolvemos 6 milhões em troca de Rodrigo e Alípio que nem foram para o nosso plantel; agora vamos mais longe: negociamos Coentrão por 30 milhões mas devolvemos 10 milhões em troca de mais um excedentário deles. Realmente, em Madrid todos gostam de nós...

Há dias escrevi que o Benfica não era um clube normal. Hoje parece-me cada vez mais que pura e simplesmente não é um clube de futebol. É uma instituição posta ao serviço de interesses, que não o de brindar os seus sócios e apoiantes com conquistas no futebol. Desculpem se estou a ser demasiado duro, demasiado apressado. Mas não gosto nada do que se está a passar.
Abraço

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