O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Que grande confusão...

Se a definição do esquema de jogo de JJ é ainda incipiente (nem outra coisa seria de esperar dada a fase da época), a composição do plantel por parte dos nossos responsáveis tem-me deixado um pouco desconcertado e com alguma expectativa para perceber qual o encadeamento lógico das opções tomadas.

A surpresa começa com a defesa. Inúmeros factores me levavam a esperar que a grande prioridade dos nossos responsáveis recairia no reforço deste sector. Desde logo, a alarmante sequência de jogos em que sofremos golos a época passada, após a saída de David Luiz; depois, a ausência de dois titulares (Máxi e Luisão) envolvidos na Copa América; por fim, a transferência do Coentrão para Espanha, que embora nos tenha valido Garay (também na Copa América) nos deixou claramente deficitários na posição de lateral esquerdo.
Ora, a 15 dias da eliminatória da Champions, não temos nem lateral esquerdo, nem lateral direito (Wass é ainda incógnita), nem centrais que ofereçam segurança (excepção feita talvez a Miguel Vítor). Quando ouço falar da adaptação de Javi Garcia a central, se calhar nem era má ideia como plano de contingência, comporta é alguns riscos graves: ficamos privados do nosso melhor médio defensivo (se calhar, do nosso único médio verdadeiramente defensivo), e o meio campo sem o seu bombeiro de serviço.

Quanto ao meio campo, abundam as soluções ofensivas, o que contrasta com a míngua de jogadores que garantam um equilíbrio tantas vezes inexistente a época transacta. Mais do que as patetices de Roberto, o que comprometeu as nossas aspirações foi o enorme fosso no meio campo entre os três jogadores mais adiantados e Javi Garcia, demasiado sozinho para acudir às perdas de bola dos colegas e que amiúde se viu confrontado com supremacia numérica do adversário. Este problema estrutural do nosso jogo não desapareceu, nem há indícios de que venha a desaparecer.
Além disso, fica a ideia de que as características dos jogadores para as alas são muito idênticas: jogadores de vocação ofensiva, aparentemente quase todos de boa qualidade técnica mas pouco disponíveis para correr atrás da bola. Quem esperava uma inflexão táctica de JJ para um ano em que está tudo em jogo, provavelmente vai desiludir-se.

Quanto ao ataque, livrámo-nos de alguns pesos mortos do Benfica do ano passado, mas parece-me que continuamos reféns da dupla de Saviola e Cardozo. O que limita a margem de JJ para enveredar por outros esquemas tácticos. Basicamente não vejo grandes alternativas aos dois dianteiros, por pior que seja o rendimento de Saviola. Jara é demasiado individualista apesar de voluntarioso e Rodrigo não parece ainda ameaçar tirar alguém do onze.

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