O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Olhe-se para a formação do Benfica

Ainda pior do que perceber que não haverá qualquer português no onze titular para atacar o título na próxima época é olhar para o ostracismo a que são votadas as nossas equipas de futebol jovem. Não serão muitos os Benfiquistas que sabem o nome de mais de cinco jogadores da formação do Benfica, quando muito saberão que fomos campeões este ano em juvenis.
No Benfica, como na quase totalidade dos clubes portugueses (se não mesmo na totalidade) prefere-se comprar pronto-a-vestir. E os resultados estão à vista.

Ao contrário do que julga LFV, que ainda há pouco tempo apregoava termos ganho bastantes títulos na formação (não sei se contabilizou também os torneios particulares), os títulos do Benfica na formação não têm tido a cadência desejável, somando nós nos últimos 3 anos 2 títulos nacionais de iniciados (2008/09 e 2009/10) e 1 de juvenis A (2010/11).

Todo e qualquer jovem que transite das camadas jovens para a equipa principal, num Clube com a exigência do Benfica, ou é um sobredotado, ou está condenado a uma participação bem discreta, como aconteceu nos últimos anos com Miguel Vítor e, actualmente, Roderick Miranda. Ainda vemos o jogador da formação como um gajo que faz número mas permite satisfazer os requisitos da UEFA.

Mas isto não invalida que um jogador da formação, depois de amadurecer em outros ambientes, não possa ou deva integrar o plantel do Benfica, se tiver suficiente qualidade. Assim como não invalida o interesse em assistir a prestações pelo menos honrosas das nossas equipas de formação nos respectivos campeonatos.

Olhemos então, em primeiro lugar, para a equipa de iniciados, que esta época perdeu o ceptro de bicampeã nacional. Enquanto no ano anterior os nossos iniciados protagonizaram um verdadeiro passeio no campeonato, perdendo unicamente um jogo ainda na 1ª fase, sofrendo apenas um tento na fase final, ganhando todos os jogos desta fase, o tombo não poderia ter sido mais estrondoso.
A nossa participação na edição deste ano demasiado decepcionante: 4º lugar, o último da fase final. Não sei até que ponto terá sido má orientação técnica, até porque o treinador é exactamente o mesmo que ganhou de forma imaculada o título o ano passado. Menos ainda acredito na falta de qualidade dos jogadores. Por alguma razão uma equipa que até ao terceiro jogo da fase final não conhecia o sabor da derrota se desmoronou como um baralho de cartas, mas não é da minha ciência.

Quanto aos juvenis, pode-se dizer que fizemos o pleno, ao conquistar tanto o título de juvenis A como o de juvenis B. Enquanto esta última conseguiu fazer regressar o campeonato à Luz 25 anos depois, aquela teve um percurso absolutamente categórico, apenas com uma derrota no percurso. O que não surpreeende, tendo em conta que esta geração se sagrara campeã de iniciados no ano transacto. Parabéns a Bruno Lage e seus pupilos.

A mancha da formação do Benfica chama-se, lamentavelmente, equipa de júniores. E digo-o porque nos júniores a incompetência tem sido mais do que gritante, verdadeiramente monstruosa. No fundo, um reflexo da nossa admirável estrutura do futebol. Bastaria começar por referir que nos últimos 22 anos conquistámos 2 campeonatos (1999/2000 e 2003/04), o que aliás nem deve muito ao nosso palmarés no mesmo período em seniores. Mas já que de incompetência chapada falamos, o que dizer de uma equipa que em 14 jogos obtém 6 derrotas e 2 empates, quedando-se no 4º lugar, um pontinho à frente do 5º? É certo que a inclusão no plantel de candidatos estrangeiros por atacado, entre eles candidatos a craque provenientes do Real Madrid como quem varre lixo para debaixo do tapete não ajudou. Mas pior, mesmo com uma equipa fraquíssima, era impossível. Curiosamente, acabei de saber que Paulo Teles, somente um dos melhores do plantel (português. pois...), foi dispensado.

Leo Kanu, Fernandez, Elvis. A lista de nomes contratados nos últimos meses que terão uma passagem bem fugaz pela nossa equipa podia continuar. Mesmo esses, provenientes sabe-se lá de que fonte, alcançarão bem mais do que a quase totalidade dos nossos formandos, muitos deles destinados a serem aproveitados e valorizados noutras paragens.
Embora seja iniludível que há gente altamente competente dedicada às camadas jovens (aliás, desde 1992/93 que não ganhávamos títulos na formação em quatro anos consecutivos) o panorama geral é de um amadorismo que denuncia o real estatuto que a direcção do Benfica dá à formação, apesar das palavras em contrário que todos os anos ouvimos.

2 comentários:

  1. Esqueceste o título do ano passado dos juniores que nos foi roubado por causa das pedras dos lagartos.

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  2. De facto, amigo, mas como esse campeonato não nos foi reconhecido...
    Abraço,
    Zé Amaral

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