O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Águas mansas neste Janeiro

Espero não estar a escrever antes de tempo, mas tudo indica que este mês não trará grandes novidades no que toca às mexidas no plantel. Esta acalmia agrada-me, pois o mercado de Janeiro tem-nos sido funesto, e basta recuar à época passada para ver que das 4 aquisições (Éder Luís, Kardec, Airton e Jara, que só viria em Julho) nenhuma se afirmou inequivocamente na equipa principal.
Tudo o que dispensamos neste momento é de alarido à volta dos jogadores, a hora é de contar espingardas, porque temos equipa para dar boa resposta aos desafios que estão pela frente.
Na situação financeira delicada em que estamos, precisamos de investir menos, quer queiramos quer não. Mas precisamos também de investir bem, pois muitas vezes o barato sai caro, e vice-versa. Não podemos continuar eternamente a apostar na próxima promessa dos sub-20 de um país da América do Sul. Não que esses jogadores não possam ter qualidade, mas quando se gasta 5,5 milhões, como no caso do Jara, ou 8,5 milhões, como no caso do Gaitán, convém ter a certeza de que esse dinheiro terá retorno desportivo imediato.
Ninguém de bom senso gasta agora 6 milhões num júnior do Real Madrid, por mais talentoso que seja, à espera que daqui por uns 3 ou 4 anos comece a dar frutos. Se é para gastar agora e esperar por proveitos futuros e altamente incertos, temos a formação, que já deu alguns jogadores que cabiam na nossa equipa e que desperdiçámos (lembro-me de repente do Sílvio e do João Pereira).
Faz-me confusão como é possível que nem os melhores jogadores da formação seguremos. Ainda este ano saíram em definitivo o Adul e o Danilo Pereira. Por um lado, compreendo os jogadores, pois o que se lhes depara quando completam os escalões jovens é um muro de betão: o tempo em que andavam emprestados e regressavam à base (como aconteceu com o nosso actual director desportivo) acabou. Agora, rescindem e, com sorte, acabam num clube da primeira divisão.
Podem-me acusar de pessimismo, mas é assim que tem acontecido, e é assim que vai continuar a acontecer enquanto não mudarmos de filosofia. Não faz sentido um Clube como o nosso pedir emprestados jogadores a outros emblemas, assim como é insensato contratar o Gaitán, do outro lado do Atlântico, e pedir-lhe que assuma o papel que Di María desempenhou no magnífico ano em que encantou a Luz (à terceira época de Benfica).
Faz sentido, por exemplo, contratar um jogador como o Carlos Martins, de quem já sabíamos o que contar e o seu percurso até chegar ao Benfica. Faz sentido manter a base da equipa e segurar os melhores jogadores por alguns anos.
Mais do que alegrias, o Benfica precisa de referências, jogadores que não estejam no Benfica a pensar na hora de embarque para uma capital mais atractiva da Europa. Jogadores que sintam o peso da camisola. Se não, nem Jesus faz milagres.
Abraço

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