Carácter

Rio Ave Futebol Clube 0-1 SLB
Está ultrapassado o primeiro grande obstáculo do novo ano. Depois de uma exibição caseira menos conseguida do que tem sido hábito, impunha-se uma demonstração de autoridade na primeira de quatro deslocações consecutivas a campos bem difíceis no corrente mês.
E não creio estar errado se disser que passámos este primeiro teste com nota razoável. Com uma entrada algo amorfa em jogo, embora criando algumas oportunidades relativamente flagrantes aqui e ali, o SLB acabou por ressentir-se da rigorosa organização defensiva do adversário, assente num pressing sobre o portador da bola, logo no nosso meio campo (o Javi que o diga), e contando com a desinspiração tremenda do Di Maria e com a falta de ritmo do Ramires.
E o Rio Ave até podia ter causado graves estragos na inviolabilidade da nossa baliza, mais fruto de desconcentrações inacreditáveis como a do Maxi (e não é a primeira este ano) ou da falta de segurança gritante da nossa equipa no lado esquerdo (onde o César, desacompanhado pelo Di Maria, sempre sentiu muitas dificuldades perante os 22! ataques do adversário por essa banda do terreno).
Vi mesmo o caso mal parado no final da primeira parte, ora porque o Miguel Vítor ia deitando tudo a perder, e por sorte o árbitro não assinalou penálti - que não existia -, ora devido a uma atrapalhação infantil do Quim que felizmente não deu em nada.
O intervalo parece ter feito bem à equipa, que uma vez recarregadas as baterias e "vitaminada" por umas palavras certamente menos simpáticas do desesperado JJ entrou com determinação de rematar a questão em definitivo.
Por falar em rematar, quem mais senão SAVIOLA para desfazer o imbróglio, numa recarga na sequência de um canto (após cabeceamento do Cardozo) que já começa a ser imagem de marca (lembram-se de Olhão), fixou o resultado, apontando o seu oitavo golo na liga, 16º esta época, ao minuto 47' de jogo.
A partir daí, foi uma lição sobre como gerir uma vantagem, com a equipa sempre pressionante e poucas vezes recuada, tanto que as (poucas) ocasiões da segunda parte foram quase todas do SLB. Registo ainda para a classe do grande capitão. Luisão foi igual a si próprio, e não me enganarei por muito se disser que está a fazer a sua melhor época de Águia ao peito. Providencial um dos cortes, que tirou o pão da boca salvo erro ao João Tomás.
Jogo mais lutado e sofrido do que bem jogado, mas desde Abril de 2009 fomos os únicos visitantes a averbar os 3 pontos em Vila do Conde, e nada pode desvalorizar este triunfo.
Mais um fim-de-semana em que os cães raivosos que salivam de ódio ao SLB vão ter de guardar a viola no saco...
Por fim, duas notas:1 Carlos Martins teve uma atitude inaceitável e deve agora sentir a mão inflexível do JJ. Jogou bem, mas já devia ter idade e experiência suficientes para conter estas palermices.
2 Espantoso ter ido o Quim ao flash interview. Depois de um jogo em que numas das poucas vezes em que interveio meteu literalmente os pés pelas mãos, e em que tem o seu futuro indefinido, o que poderá isto significar?
Abraço