O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Tiques de rico

Ficámos hoje a saber que Urreta, um dos mais promissores activos do SLB, rumará à Galiza, para uma temporada de empréstimo ao Depor, depois de 6 meses no Peñarol. Confesso que tenho cada vez mais dificuldade em entender a lógica desta gestão desportiva.
Depois do risco assumido - e ganho - do forte investimento da última época, justificava-se manter a linha, embora com maior sobriedade financeira. Para isso, seria crucial a obtenção de proveitos extraordinários através da venda de jogadores, rentabilizando a sua valorização.
A meta traçada - não sai ninguém por menos do que a cláusula de rescisão - não podia ser melhor na óptica do adepto exclusivamente interessado na saúde desportiva do Clube, mas é praticamente inalcançável na dura realidade do mercado: seria imponderável, por exemplo, que Di Maria (o nosso mais valioso jogador) rendesse o mesmo que Villa custou ao Barcelona.
Sendo absolutamente imperioso - como me parece ser - equilibrar o esforço que temos feito há já alguns anos, não se admirem se Di Maria sair sensivelmente pelo preço do Simão. Sei que provavelmente haverá muita indignação por ver sair o melhor jogador do campeonato português por metade do que havia sido prometido. A questão é simples: haverá quem pague mais? Será que o jogador aceitará mais um ano na periférica liga portuguesa?
Mas uma coisa é certa: já gastámos para o reforço do plantel cerca de 20 milhões de euros (Jara - 5,5 milhões, Gaitán - 8 milhões, Faria - 2 milhões, Roberto - 4 milhões). Ou seja, o montante efectivamente auferido pela venda de Di Maria pode nem chegar para cobrir este novo investimento, que ao que tudo indica não ficará por aqui.
A questão é esta: não estaremos a jogar uma perigosa roleta russa, hipotecando o futuro na ânsia de ganhar no presente? Não nos podemos esquecer de que o fundo de jogadores associado ao SLB veio reduzir muito as nossas possibilidades de realizar dinheiro pela transferência de jogadores, pois este detém metade do passe dos nossos jogadores mais jovens, que melhores perspectivas têm de valorização.
É aqui, precisamente, que surge a questão Urreta. JJ, está visto, não conta com ele, fala-se de mais uns quantos jovens por números milionários. Vamos prescindir de quem já conhecemos por quem ignoramos completamente o seu real valor (à semelhança do que aconteceu na baliza).
Já houve, Javis Garcias, felizmente, mas também já houve Balboas. Haverá margem de erro que resista a tanta incerteza?
Abraço

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