Os dossiês da SAD encarnada

Começa a fazer-se luz sobre as entradas e saídas da equipa para 2010/2011. A política temerária de muitas compras e poucas vendas é para manter, a bem da saúde desportiva do Clube, e que a necessidade de realizar receitas ou a pressão mediática de grandes clubes não devem abalar.
Porventura a mais acertada decisão estratégica da SAD, verbalizada pelo presidente do SLB e pelo director desportivo, foi a de não negociar jogadores do plantel, e espero que a palavra dada perante os sócios seja para levar a sério.
O primeiro dossiê a ser arrumado pela SAD foi o da baliza. Foi aqui, também, que os maiores erros foram cometidos, nomeadamente a dispensa do Quim.
Quim foi peça fundamental na conquista do campeonato, e um dos elementos mais experientes e mais anos de casa. Não é um guarda-redes fora-de-série, mas é o mais regular na baliza do SLB desde Preud'homme, em minha opinião. A sua dispensa, anunciada da forma mais inacreditável, foi pura tolice do JJ.
Gostava que ele me explicasse qual a racionalidade de dispensar o guarda-redes totalista da liga mas promover a renovação de Moreira, perfeitamente acomodado à situação de suplente não utilizado, e que comprometeu no único jogo oficial da época, causando a nossa eliminação da Taça de Portugal. Afinal o que conta, é o mérito do que foi, de longe, o mais fiável da época, ou é o demérito dos desastrosos Moreira e Júlio César?
A solução encontrada para a sua substituição está também longe de me convencer. O terceiro guarda-redes do Atlético de Madrid, que custará, ao que consta, 2,5 milhões de euros, tem tudo para provar e será um risco apostar todas as fichas nele (César e Moreira mais vale nem pensar).
Quanto à questão de Cardozo, assistimos a uma campanha sinistra do seu empresário Pedro Aldave para forçar o SLB a vendê-lo, muito alimentada também pelo jornal O Jogo. Cardozo é um elemento importante do SLB, mas não é insubstituível, e julgo mesmo que dificilmente receberíamos uma proposta que cobrisse ao menos metade do valor da cláusula de rescisão.
Também aqui JJ se excedeu, pois o extremar de posições da declaração "quem não quer não é preciso" era dispensável e não contribuiu certamente para reaproximar Cardozo do SLB.
O futuro dirá se Cardozo sai ou fica, mas a sua saída seria um duro revés para as nossas aspirações.
Em relação a Éder Luís, é um jogador que deve rodar por empréstimo, à semelhança de Felipe Menezes. Ainda assim, não me parece que necessitemos de novo elemento para o ataque (mais um!?) ou mesmo para o meio campo, embora visse com bons olhos a aquisição de alguém que fizesse a posição de n.º 10, sujeita aos momentos de forma do Aimar.
Espero é que não se esqueçam de apostar preferencialmente em jovens portugueses. É que, embora neste mercado escasseie cada vez mais a qualidade, com a dispensa de Quim arriscamo-nos na próxima época a nem um português ter no onze.
Post Scriptum: abraço para os amigos do Sublime Benfica, cujo blog foi destruído por mãos criminosas.
Abraço