O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A importância da formação

Hoje em dia não estamos, como qualquer clube português não está, em condições de lutar pelo título com uma equipa exclusivamente baseada na formação. A promessa há muito tempo adiada da integração de jovens valores "made in SLB" no plantel principal de forma sistemática (1/2 por ano), que chegou a estar na boca dos nossos dirigentes, parece, aliás, cada vez mais longínqua. A última "aparição" foi a de Miguel Vítor - agora emprestado a um clube inglês após duas épocas de raríssima utilização - em 2007/2008, e antes dessa a de Moreira, há quase uma década.
Basta um olhar mais atento à lista de convocados para o estágio de pré-temporada, que normalmente é puramente experimental, para perceber que dos 23 escolhidos somente 1 deles - curiosamente nem é português - pertenceu aos juniores o ano passado, o que bem ilustra o que acabo de dizer...
Esta época marca, ainda assim, uma novidade que pode ser importante no aproveitamento dos jovens talentos que todos os anos vêem o seu percurso interrompido no último ano de júnior, pois finalmente um clube que milita no futebol profissional acolherá um grupo significativo destes jogadores, à semelhança do que outros fazem, inclusive em clubes da primeira liga.
Uma aposta mais consistente neste tipo de jogadores, que pode passar por esta parceria com o CD Fátima, é imprescindível, não só para o futuro do Clube, mas para o próprio futebol português.
O jogador de futebol é um activo cada vez mais inflacionado, mesmo em mercados emergentes como o da América Latina, e cada vez vão sendo em menor número os jogadores portugueses com qualidade para altos voos (basta ver a evolução das selecções jovens portuguesas em torneios internacionais).
Hoje em dia, as formações dos clubes portugueses deixaram de ser um espaço de oportunidade para os miúdos do nosso país para se tornarem numa babel onde se misturam várias nacionalidades e onde o número de estrangeiros vai aumentando à medida que se sobe de patamar.
Este é o grande problema com que se começa a debater o futebol português e o futebol europeu em geral, e que tem levado a que todos os anos o SLB gaste milhões em jogadores que não se adaptam ou se revelam fiascos, quando tem um sector de formação que há anos dá prejuízo, pois os activos que gera não têm suficiente qualidade para o objectivo de fortalecer a equipa principal ou porque pura e simplesmente não são aproveitados.
Ora, o jogador da formação devia ser a prioridade do Clube, seja porque a aposta na formação de jogadores é cara e tem de render, seja porque é um jogador que está identificado com o Clube e com as suas exigências, seja porque não requer investimento inicial para a sua aquisição, seja pela afirmação dos valores do Clube.
Embora não defenda a integração automática no plantel de um jogador acabado de sair dos juniores, será que nenhum dos jogadores saídos da formação nos últimos anos tem capacidade para jogar no SLB? Num país cujo futebol há muito vive da exportação, até quando durará esta galinha dos ovos de ouro chamada talento português?
Abraço

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