O princípio de jogo foi terrível para nós. A entrada agressiva em campo foi rebatida da pior maneira com um golo madrugador dos holandeses, que aproveitaram algum espaço em frente à nossa defesa para aplicar um remate forte que abriu o marcador. Acusando o toque, consentimos a posse de bola ao adversário, sentíamos grandes dificuldades para recuperar bolas e sair a jogar e não se via forma de sacudir a pressão.
Somente à passagem dos vinte minutos o Benfica deu finalmente acordo de si. Temia-se o pior até que Cardozo resolveu empregar a mesma receita do golo holandês. Aimar recuperou a bola em zona avançada e deu curto para o paraguaio se aventurar num remate de belo efeito. A partir daí, a equipa desinibiu-se e comandou os ritmos, culminando com a jogada magistral que nos adiantou por fim no placard.
Uma jogada para ver e rever: Cardozo endossa a bola a Witsel, que friamente abdica de rematar à boca da baliza para dar o golo a Nolito. Mais um golo do espanhol que tem feito mossa nas defesas contrárias.
A segunda parte foi de assédio holandês à baliza de Artur. O Benfica foi perdendo as rédeas do jogo à medida que o futebol de Aimar foi desaparecendo num jogo intenso mas nem sempre bem disputado. Se mais golos não sofremos neste período, muito o devemos a Artur, que ia adiando o golo do empate para desespero dos holandeses. Nem as substituições de JJ remendavam os rombos no barco, que sulcava águas cada vez mais revoltosas.
Tanto o cântaro foi à fonte que lá ficou a asa. Já perto do final Ruiz devolveu o empate ao Twente, num lance claramente irregular, mas que acabou por fazer justiça num jogo que podíamos ter controlado muito melhor.
Temos ainda muito a evoluir para termos uma equipa à altura das exigências do Clube. É desconcertante ver que gastámos 12 milhões em Bruno César e Enzo mas ter os humores da equipa completamente dependentes do estado físico de Pablo Aimar. É desconcertante ver um meio campo onde só Javi Garcia se dispõe a defender e fechar espaços. É ainda desconcertante ver como estamos dependentes de Cardozo, de muito longe o nosso melhor avançado, mas que parece à deriva num esquema que não se adapta às suas características.
Muitos problemas que urge resolver, porque este Benfica é ainda demasiado permeável e os 5 golos que sofremos nos últimos 3 jogos devem dar o grito de alerta.
Abraço
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