E Jesus ressuscitou o Schalke...

Espero que não se lembre de reanimar o Braga. Mais a sério, é triste perceber que, ao cabo de tanto investimento, continuamos com um meio-campo remendado. Se calhar, a Jesus nem cabe a parcela principal de responsabilidade, mas chegamos a Outubro sem ter definido quem é quem no meio-campo do SLB.

Face às partidas de Ramires e Di Maria, a preocupação prioritária dos nossos dirigentes deveria ter sido encontrar rapidamente e em força alguém que fizesse esquecer estas ausências.

Para a posição de Di Maria, foi anunciado Gaitán, que vinha com boas indicações do campeonato argentino, e que tem revelado ser um tecnicista, simplesmente sem a velocidade de ponta e a capacidade de drible e de ruptura do agora madridista. Além do mais, é sintomático que a sua melhor exibição foi no lado direito. Urreta foi emprestado ao Depor, e Coentrão, sendo médio de origem, desequilibra mais a partir de trás.

Anunciada com semanas de antecedência, a venda de Ramires foi tratada com displicência amadora pela nossa SAD. Nos últimos dias de mercado, foi-se buscar à pressa Salvio por empréstimo do Atlético Madrid, mas mais uma vez as contas saíram furadas. Do pouco que tem jogado, já se viu que não é, nem de longe nem de perto, jogador com apetência para recuperações de bola ou para as transições rápidas do Queniano. Martins já foi testado no lugar (aliás, já o fora a época passada), mas é o miolo o seu habitat natural, e onde mais tem ajudado a equipa.

É nestas indefinições que está a raiz de várias debilidades da equipa. Desde logo, a subida de Coentrão para emprestar aos flancos a profundidade perdida tem como reverso a utilização de Peixoto a lateral esquerdo. Nada me move contra o César, pelo contrário, porque a sua dedicação está acima de dúvidas e merece o nosso apoio. Agora, sejamos francos, Peixoto não é jogador para ser titular no Benfica (quando muito, para entrar durante o jogo), e enfraquece a nossa defesa.

Depois, Javi tem sofrido, e muito, com a falta de um jogador tacticamente solidário como Ramires. Não se devem apenas à má forma física do espanhol, nem à de Maxi Pereira, as respectivas performances deficitárias neste início de época. Javi vê-se demasiadas vezes na necessidade de cobrir espaços que não são seus, Maxi não tem tido do seu companheiro da frente o apoio defensivo que tinha em Ramires.

Não se resumem a estes os problemas do actual SLB; ainda assim, grande parte provém de erros cometidos na formação do plantel. Vários milhões foram gastos alegremente, sem qualquer contrapartida na melhoria dos recursos à disposição de JJ. E de nada serve esperar por milagres em Janeiro. Temos é de estabilizar o onze o mais depressa possível.

Abraço