O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O exemplo que vem de Máxi


Nos últimos tempos, Luisão tornou-se tema de qualquer conversa sobre o Benfica. Patrão da defesa nas últimas 8 épocas, Luisão assumiu uma importância que supera o seu rendimento em campo - que, honra lhe seja, tem sido elevado. Alvo de fortes críticas durante os seus primeiros passos de Águia ao peito, Luisão soube construir o seu espaço e garantiu mesmo a braçadeira de capitão, que nas últimas épocas envergou no campo embora Nuno Gomes fosse oficialmente o seu titular.

Ora, acontece que os jogadores mais antigos que ainda restavam no plantel saíram todos neste defeso (Moreira para Inglaterra, Gomes para Braga, Mantorras terminou carreira). Só um jogador sobrevive no Benfica desde a época 2003/04, e esse jogador é Luisão. Mas acontece também que, tal como todos os anos havia a novela sobre a vinda de Rui Costa, qual D. Sebastião, foi-se criando outra novela nas pré-épocas do Benfica: a birra de Luisão para sair.

Chamo-lhe birra porque Luisão não tem objectivamente razão para sair. Sempre foi acarinhado no Benfica, renovou há um ano com melhoria de ordenado, preparava-se para assumir em pleno o papel de capitão, gozou mais um semana de férias do que é suposto, em nenhum outro Clube Luisão será tão valorizado no Benfica. Mas Luisão esqueceu-se disso, referiu-se à época desgastante do ano passado "em que perdemos muita coisa" como se nenhuma responsabilidade lhe coubesse, passou por cima da sua vontade expressa no contrato e do recato que se impunha a escassos dias de um jogo decisivo.

Não acredito em más influências do empresário, embora exemplos recentes de jogadores que forçaram e conseguiram a desvinculação ao Benfica possa ter precipitado as declarações. O que é certo é que Luisão não é um miúdo, tem responsabilidades acrescidas no Benfica e tomou a opção de pôr tudo em causa, de trocar o certo pelo incerto.

Tudo o que pagarem pelo jogador, caso se concretize o desfecho anunciado, será pouco para compensar o Benfica do prejuízo desportivo numa época em que precisa de jogadores com maturidade e conhecimento da casa e em que remodela pelo menos 3 dos 5 lugares da defesa. Nem que se acerte em cheio no seu substituto o Benfica sairá incólume da deserção de Luisão.

Mas olhemos para os bons exemplos. Para o exemplo de quem disputa - e vence - os 90 minutos de uma final memorável da Copa América no domingo, sabe do nascimento de dois filhos gémeos durante a competição e na quarta-feira está em Lisboa a disputar a pré-eliminatória da Champions com o Benfica. Alguém que mal teve tempo para se refazer dos festejos e ver pela primeira vez os seus rebentos, mas que nem os problemas com as ligações aéreas e as 12 horas de caminho afastam do cumprimento dos seus deveres profissionais.

O Benfica precisa de mais jogadores como SuperMáxi.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dois passos na direcção certa


SLB 2-o Trabzonspor Kulübü Resmi
O quente anoitecer da Luz assistiu ao regresso do Benfica aos jogos oficiais, agora na época 2011/12. E foi com uma vitória consistente que os nossos jogadores brindaram os seus apoiantes, apesar de haver ainda muitas arestas para limar. Um resultado que nos permite alguma margem de erro na deslocação à Turquia.
Sem deixar os créditos por mãos alheias, a equipa começou o jogo em cima do adversário, com os "velhos" Cardozo, Aimar, Saviola e Gaitán a assumirem as despesas do jogo, embora quase sempre sem consequência. Tudo parecia um déjà vu da época passada, o esquema táctico, os jogadores (com excepção de Pérez, Emerson e Artur), até a forma como a nossa defesa era facilmente dobrada em contra-ataques rápidos.
Ainda sem entrosamento, com Rúben Amorim a remendar um lugar que não é o dele, não seriam de esperar grandes feitos da defesa, e Emerson, por um lado, e os foras-de-jogo assinalados ao ataque turco, por outros, foram disfarçando as dificuldades perante o surgimento de passes rápidos para as costas dos centrais.
O futebol rendilhado e agradável mas ineficaz dos primeiros 20 minutos foi murchando e o Trabzonspor afoitou-se por algo mais. Não esteve longe de o conseguir mas impõe-se dizer que o nulo registado ao intervalo era mais penalizador para o nosso lado.
A etapa complementar trouxe o avolumar da ameaça turca. O Benfica perdera o controlo do jogo e JJ resolveu substituir Pérez, ressentido de problemas físicos, por Nolito, e Amorim pelo campeão da Copa América, Máxi Pereira. O atrevimento adversário não tardou a ser castigado: primeiro foi Saviola a dar o aviso atirando ao poste, depois um passe de mágico colocou o reforço NOLITO em condições para alvejar a baliza. O fantasma do nulo foi enfim desfeito, à entrada para o último quarto de hora.
A Águia acordou de vez, mas não se livrou de novos sustos na sua baliza. Artur e alguma sorte à mistura mantiveram imaculadas as nossas redes, mas o resultado ainda não estava fechado. Axel Witsel deu curto para GAITÁN assinar o momento da noite e fazer a bola entrar redondinha na gaveta da baliza contrária.
Resultado justo, mas, mais importante do que isso, colocamos um pé na última eliminatória da Champions. Agora, resta-nos limar algumas arestas e integrar os reforços, que estão em fase de preparação muito diferentes. Nota-se sobretudo a falta de um lateral direito que permita resguardar o Máxi (e Rúben não é lateral), e nota-se que a saída de Luisão será dramática para um sector defensivo em reconstrução. Embora Artur e Emerson já dêem boa conta de si, é sobretudo essa reconstrução que deverá ocupar a equipa técnica nos próximos dias.
Abraço

terça-feira, 12 de julho de 2011

Que grande confusão...

Se a definição do esquema de jogo de JJ é ainda incipiente (nem outra coisa seria de esperar dada a fase da época), a composição do plantel por parte dos nossos responsáveis tem-me deixado um pouco desconcertado e com alguma expectativa para perceber qual o encadeamento lógico das opções tomadas.

A surpresa começa com a defesa. Inúmeros factores me levavam a esperar que a grande prioridade dos nossos responsáveis recairia no reforço deste sector. Desde logo, a alarmante sequência de jogos em que sofremos golos a época passada, após a saída de David Luiz; depois, a ausência de dois titulares (Máxi e Luisão) envolvidos na Copa América; por fim, a transferência do Coentrão para Espanha, que embora nos tenha valido Garay (também na Copa América) nos deixou claramente deficitários na posição de lateral esquerdo.
Ora, a 15 dias da eliminatória da Champions, não temos nem lateral esquerdo, nem lateral direito (Wass é ainda incógnita), nem centrais que ofereçam segurança (excepção feita talvez a Miguel Vítor). Quando ouço falar da adaptação de Javi Garcia a central, se calhar nem era má ideia como plano de contingência, comporta é alguns riscos graves: ficamos privados do nosso melhor médio defensivo (se calhar, do nosso único médio verdadeiramente defensivo), e o meio campo sem o seu bombeiro de serviço.

Quanto ao meio campo, abundam as soluções ofensivas, o que contrasta com a míngua de jogadores que garantam um equilíbrio tantas vezes inexistente a época transacta. Mais do que as patetices de Roberto, o que comprometeu as nossas aspirações foi o enorme fosso no meio campo entre os três jogadores mais adiantados e Javi Garcia, demasiado sozinho para acudir às perdas de bola dos colegas e que amiúde se viu confrontado com supremacia numérica do adversário. Este problema estrutural do nosso jogo não desapareceu, nem há indícios de que venha a desaparecer.
Além disso, fica a ideia de que as características dos jogadores para as alas são muito idênticas: jogadores de vocação ofensiva, aparentemente quase todos de boa qualidade técnica mas pouco disponíveis para correr atrás da bola. Quem esperava uma inflexão táctica de JJ para um ano em que está tudo em jogo, provavelmente vai desiludir-se.

Quanto ao ataque, livrámo-nos de alguns pesos mortos do Benfica do ano passado, mas parece-me que continuamos reféns da dupla de Saviola e Cardozo. O que limita a margem de JJ para enveredar por outros esquemas tácticos. Basicamente não vejo grandes alternativas aos dois dianteiros, por pior que seja o rendimento de Saviola. Jara é demasiado individualista apesar de voluntarioso e Rodrigo não parece ainda ameaçar tirar alguém do onze.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Atletismo: campeões absolutos em sub-23

«O atletismo do Sport Lisboa e Benfica voltou a fazer história esta época. As equipas de sub-23 masculina e feminina sagraram-se, este domingo, Campeãs Nacionais. As provas decorreram ao longo de dois dias na pista gémeos Castro, em Guimarães.
Depois de excelentes resultados obtidos no primeiro dia de competição, os atletas "encarnados" voltaram a conquistar títulos. Pedro Capela (lançamento do martelo), Miguel Moreira (800 metros), Eva Vital (100 metros barreiras), Ugundi Quiawacana (200 metros), Bruno Andrade, Fábio Gonçalves, Miguel Moreira e José Miranda (4x400 metros), e Nádia Gaspar, Cátia Leitão, Filipa Martins e Dorothé Évora (4x400 metros) derrotaram a restante concorrência.
No final da prova, o Benfica venceu no sector masculino com 150 pontos, seguindo-se o Sporting (79,50) e a Juventude Vidigalense (61). No sector feminino, as benfiquistas terminaram com 136,50 pontos, à frente de Sporting (102) e Sporting de Braga (62)».

Fonte: slbenfica.pt
Abraço

Ainda há esperança?

Confesso que esta pré-época tem excedido as minhas piores expectativas. Já assisti a pré-épocas muito más no Benfica, ainda piores do que esta, mas esta está ao nível do que pior vi.
Digo-o ainda antes de a nossa equipa ter realizado qualquer jogo, oficial ou oficioso, mas são já demasiado óbvios os sinais da monstruosidade que está a ser feita, e que mais uma vez nos vai cortar as asas.

Desde logo, a importância psicológica, goste-se ou não, de partirmos para a época sem NENHUM português no onze de base. Nem um único para amostra. Isto representa uma inversão completa dos valores Benfiquistas, e recorde-se que fomos o último Clube português a admitir estrangeiros no plantel. Não quero um Benfica à imagem e semelhança do Arsenal, uma Babel sem identidade, uma equipa simpática que fica todos os anos arredada do título.

Depois, o número obsceno de jogadores contratados. Wass, Nolito, Mora, Melgarejo, Nuno Coelho, Matic, André Almeida, Léo Kanu e outros que agora não me lembro, todos juntos eram capazes de fazer um jogador de jeito. A estes junte-se Shaffer, Yebda, Rodrigo, Fábio Faria, Urreta, Oblak, etc., que regressam de empréstimo, e Carole, Jardel e Fernández, os flops de Janeiro.

Destes todos acredito que um, no máximo dois, possam integrar o plantel de uma equipa grande. O plantel do Benfica é hoje uma massa balofa, disforme, sem ponta por onde se lhe pegue. As contratações vêm ao sabor do vento, sem que se descortine um fio condutor, um critério.

Chegamos a ter dez jogadores para duas posições, mas não temos um centrais dignos desse nome para a pré-eliminatória da Champions (e Luisão estará ausente), lateral esquerdo e lateral direito (Máxi também estará ausente.

Agora vem a venda do Coentrão, anunciada como um grande rasgo do presidente, mas que evidentemente terá como contrapartida a aquisição de Garay por 10 milhões, um jogador bastante caro (para cima de dois milhões/ano de ordenado) e acomodado em Madrid ao estatuto de quinto central. Vale por dizer que deixamos sair o nosso mais cotado jogador por menos de 20 milhões, pois há que contar com o famigerado fundo de investimento, que detinha 20% do passe.

Estes negócios em Madrid deixam-me louco. Cingindo-me ao Real, vendemos Di Maria por 25 milhões mas devolvemos 6 milhões em troca de Rodrigo e Alípio que nem foram para o nosso plantel; agora vamos mais longe: negociamos Coentrão por 30 milhões mas devolvemos 10 milhões em troca de mais um excedentário deles. Realmente, em Madrid todos gostam de nós...

Há dias escrevi que o Benfica não era um clube normal. Hoje parece-me cada vez mais que pura e simplesmente não é um clube de futebol. É uma instituição posta ao serviço de interesses, que não o de brindar os seus sócios e apoiantes com conquistas no futebol. Desculpem se estou a ser demasiado duro, demasiado apressado. Mas não gosto nada do que se está a passar.
Abraço

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A minha camisola

Esta é a camisola mais bonita do Benfica em muitos anos. Pelo menos, desde que alguém teve a triste ideia de inserir a publicidade frontal das camisolas em feios "adesivos" que, se num equipamento às riscas ainda disfarça, na nossa camisola deslustrava o seu brilho natural. Agradeço, por isso, o esforço da direcção do Benfica para que o patrocinador adaptasse a publicidade à camisola, e não fosse o Benfica a adaptar a camisola à publicidade.
A direcção teve, sem dúvida, um papel importante na sensibilização do patrocinador, mas muito do que se conseguiu deve-se à mobilização de muitos Benfiquistas que por várias formas lutaram para dar uma imagem mais genuína à camisola do Benfica. A eles também o meu obrigado.
Não tão apelativa como a camisola principal é a alternativa deste ano. Muito se discute na blogosfera Benfiquista sobre se o branco seria a cor ideal para este equipamento. Pessoalmente, preferia o branco, o preto, o cinzento ou o "bordeaux". Este ano optou-se pelo dourado, em homenagem aos heróis de Amesterdão. Não me choca. Já vi camisolas alternativas piores (quem não se lembra das do Vale...), embora o formato me faça lembrar uma camisola de guarda-redes.
Enfim, com aquele emblema, até pano velho é deslumbrante.
Abraço