O Cantinho do André

Recordação do maior amigo que tive, que foi também o maior Benfiquista que conheci. Apesar da Tua morte tão prematura, que levou um jovem, mas sobretudo um Grande Homem, a Tua vida permanecerá para sempre como uma dádiva para quem teve a sorte de Te conhecer. Agora onde os justos descansam, e livre da doença que Te tolheu o corpo mas não o espírito, eu sei que ainda vives connosco. Obrigado, e desculpa, André.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Humildade

A descoberta do ano. Afinal, a grande chave para a recuperação do Benfica está na humildade. Aquela que ao longo dos últimos oito anos foi sendo substituída por um discurso megalómano, balofo, delirante mesmo em alguns casos. É caso para dizer bem prega frei Tomás...

Bem sei que um ano de sucessivas e dolorosas frustrações não cria o pano de fundo para grandes bravatas, mas é elucidativo ser a humildade tudo aquilo que o presidente do Benfica tem a apresentar como alteração para futuro. Não é difícil pedir humildade a quem viu escoar-se pelos dedos da mão todos os argumentos de superioridade desportiva que nos restavam. Não é difícil alardear a humildade. Difícil é praticá-la para quem até aqui nos habituou a juras falsas e vazias.

Humildade é uma palavra bonita, mas não chega para um Clube ser o melhor. Tem de aliá-la a muito trabalho e a uma estrutura que reme toda para o mesmo lado. E isso é que me parece não existir no Benfica. Esta vida de cigarra, de andar a viajar pelo país a inaugurar casas com pompa e de deixar o Clube para viagens de negócio ao estrangeiro tem sido desastrosa para o Benfica. Se em oito anos de estabilidade financeira e sangria desportiva não foi possível desenvolver esse trabalho, não tenho grandes veleidades quanto ao futuro.

Por fim, e esta parte não me custa menos, a crise desportiva foi este ano acompanhada por uma crise moral. Porque se tomaram atitudes que não estava habituado a ver no Benfica, de guerrilha e de radicalismo sem sentido. De combater a forma como somos recebidos em certo estádio a responder na mesma moeda vai uma larga distância, e a nossa direcção esteve longe de ser exemplar ao tomar atitudes que tiveram como efeito desprestigiar e isolar o Benfica.

A propósito, agora noto que alguns dos que se insurgem contra a divisão do país em norte e sul, instigada com ódio por um sujeito há décadas, afinal se aproveitam dela em benefício próprio. Não gostei de ver o presidente do meu Clube invocar um sentimento regionalista, como se o Benfica fosse um Clube circunscrito a uma região e tivesse um tratamento diferente de outro clube, porque está em região diferente.
Sou do norte, e sei que infelizmente o Benfica tem perdido muitos adeptos cá nos últimos anos. Se calhar, em vez de se acantonarem, não faria mal um exame de consciênca aos dirigentes do Benfica.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Focar os objectivos

O objectivo n.º 1 do Benfica para a próxima época é só um: a reconquista do título que perdemos este ano. Tudo o que for pensado a partir do final desta temporada deve ser avaliado à luz deste objectivo: não nos podemos dar ao luxo de comprar júniores do Real Madrid ou guarda-redes com 6 meses de experiência a alto nível.
Não precisamos de uma revolução no onze, porque grande parte dos que o formam foram campeões há um ano e não desaprenderam, simplesmente as suas debilidades físicas foram expostas por um plantel menos homogéneo do que o do passado. Não podemos cometer os mesmos erros. JJ saberá melhor do que ninguém com quem pode contar para a próxima época, mas é no perfil do jogador contratado que temos de acertar a agulha.
Roberto, Fábio Faria, Jara, Rodrigo Moreno, Gaitán e Salvio têm um traço em comum: na sua maioria, foram caros para o seu rendimento efectivo e não colmataram as saídas de jogadores importantes.
Este defeso, não precisamos de gastar dinheiro em jogadores que só vão explodir daqui a dois ou três anos, precisamos de jogadores maduros que não ofereçam dúvidas da sua valia, ou porque têm características de futebol europeu no caso de serem sul americanos, ou porque já evoluem no futebol português.
O futebol português é estratégico para o Benfica, porque como nenhum outro permite maximizar investimento (o mercado sul americano está cada vez mais especulativo) e porque, essencialmente, não coloca o problema da adaptação, que tantas vezes deita por terra observações feitas noutras latitudes.
Do mercado nacional já vieram grandes achados, como também já vieram grandes fiascos, e não acho que uma grande equipa possa alimentar-se só do mercado interno, mas um dos grandes problemas do Benfica é pensar que a solução para os problemas tem de aterrar na Portela numa quente manhã de Agosto, quando muitas vezes estava debaixo dos nossos narizes. Haja coragem para apostar no que há de bom em Portugal.
Abraço

domingo, 15 de maio de 2011

Ser implacável com quem falhou

Já se sabe que a direcção ou a equipa técnica não vão pagar pelos erros cometidos. Esta última terá, inevitavelmente, uma margem de tolerância ínfima em relação àquela de que desfrutava há cerca de um ano, e veremos se aguentará as ondas de choque de mais um começo de época desastrado, se tal se verificar.
Interessa, por isso, saber o que será da pasta das contratações e dispensas para a próxima época. Pelo que se sabe de quem dirige o Clube, não surpreenderá que rume à Luz uma boa mão cheia de jogadores, alguns dos quais até já estarão assegurados. Mas o que fazer aos actuais activos?
É um dado consabido que faltou muito banco esta temporada. São demasiados os pesos mortos que se limitam a fazer número e poucas ou nenhumas as alternativas válidas. Vejamos posição a posição.

Guarda-redes: esta foi a primeira posição a acusar deficiências graves, que se agudizaram ao longo da época. Roberto foi mais um flop monumental a que já nos habituámos (talvez um pouco mais estrondoso do que é habitual), Júlio César está estagnado a aquecer o banco e Moreira só está no Clube porque é um rapaz simpático, os sócios gostam dele e dá jeito (é português formado no Clube).
Nenhum dos três dá qualquer garantia de segurança. Neste posto específico, precisamos de algum jogador que venha agarrar o lugar de forma clara e não ofereça dúvidas da sua qualidade. O que não será para qualquer um, com a pressão a que será sujeito. A herança não é famosa e os jornais vão aproveitar qualquer falha para lhe fazer a folha, por isso é bom que tenha maturidade e estabilidade psicológica.

Defesa esquerdo: a continuidade de Coentrão é utópica, por isso, convém que seja encontrada uma solução com créditos firmados, o que não é fácil, pois é uma posição onde rareiam os bons valores. Carole pode vir a ser um bom suplente, mas só isso.

Defesa central: Jardel não é mau central, mas está visto que não emparelha bem com o Luisão. Sidnei não merece mais uma oportunidade, pelo que deve rumar a outras paragens. Não sei como está Miguel Vítor depois do empréstimo, mas o certo é que a saída de David Luiz não foi acautelada.

Defesa direito: Máxi é garantia de rendimento constante, mas falta-lhe alternativa. Luís Filipe não deixa saudades, precisamos de alguém que concorra com o uruguaio, caso contrário ficaremos com as calças nas mãos quando ele sofra alguma vicissitude.

Centro campista: para mim é no meio campo que reside a fonte dos males do Benfica esta temporada. A chave de tantos golos sofridos, que deitaram por terra qualquer aspiração está na forma como a equipa não se recompõe após a perda da bola, a forma como o meio campo ficou muito mais vulnerável após o adeus a Ramires. Depois da venda do Queniano, ficou Javi Garcia para lutar pela bola, o que é muito pouco. Aimar deve continuar, mas a aquisição de Bruno César indicia que além de Felipe Menezes também Carlos Martins poderá estar de partida. Salvio dificilmente fará segunda época, mas o nome do seu substituto dependerá do sistema táctico escolhido pelo treinador. Certo é que quem tem Urreta emprestado deve ter grande fartura de extremos...

Avançado: não foi a posição que mais comprometeu, mas é a que mais deve ser alterada. Já não há pachorra para o Saviola, Kardec não exibiu credenciais, Nuno Gomes já não é mais valia desportiva, Weldon vai para a Roménia. Jara deve ter segunda oportunidade, e o seu talento só é prejudicado por um inaceitável individualismo. Tantas vezes abono de família, Cardozo está esgotado, e apesar dos seus números significativos seria bom para ambas as partes que o paraguaio desse outro rumo à sua carreira. É nítido que a sua cabeça já mora noutro sítio qualquer.
Abraço

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Perguntas ao xô presidente

Olha lá, se não estás agarrado à cadeira presidencial, será que o mísero pecúlio de 2 títulos em 8 anos de mandatos, 10 como responsável pelo futebol, não chega para te pores a andar? O que mais será preciso, descermos de divisão?

Se estás no Benfica em espírito de missão, por que razão a tua conta bancária nunca esteve tão gorda e aproveitas viagens em que supostamente estás a representar o clube para promover as tuas negociatas pessoais?

Por que é que todos à tua volta têm de ser os culpados pelos sucessivos desaires, quando és tu supostamente o máximo responsável como tanto gostas de lembrar nos raros momentos de vitória? Não és tu o denominador comum desta década de fiascos, de centenas de jogadores contratados, de inúmeros treinadores recrutados e despedidos ao sabor dos teus caprichos?

Se dizes que o Benfica sempre foi um Clube democrático, por que reivindicas ter devolvido o Benfica aos sócios? Antes não era dos sócios?

Tens assim uma obra tão grande, por que é que não se nota nas salas dos troféus? Afinal qual é o objectivo, é ter obra ou é ter títulos?

Dizes que o que fizeste em dez anos levaria 40 anos a fazer em condições normais. Parabéns. O teu clube do coração conquistou 7 títulos nestes 10 anos, mais do que em qualquer década anterior...

Se o modelo desportivo é ganhar por rotina, temos de dar tempo ao tempo!!??? Quanto tempo mais precisas? 200 anos?

Não preparámos a época convenientemente. Mas quem tinha a responsabilidade de assegurar o bom planeamento não era a tua direcção? Quem agendou um torneio particular 4 dias antes da final da Supertaça?

Em relação à formação, já conquistámos assim tantos títulos? Há quanto tempo não somos campeões de júniores? E por que não falas da prestação calamitosa dos nossos júniores esta temporada?

Vamos ter 3 ou 4 jogadores da formação na próxima época. Lembras-te do que disseste há 7 anos atrás? Prometeste levar todos os anos dois júniores para o plantel principal. Foi o que se viu...

As modalidades antes de ti não existiam, não é? Então é impressão minha ou somamos esta década cerca de metade dos títulos conquistados nos anos 90?

Quando chegaste éramos os "bobos da corte", os do "talvez". E agora, graças a ti, somos o quê?

A "marca Benfica" vale 250 milhões de euros. Temos então um passivo maior do que valemos...

Até quando vais desculpar-te com erros de gestões anteriores? Até 2050?
Abraço

domingo, 8 de maio de 2011

Benfica vence Taça CERS




O Benfica conquistou hoje, pela segunda vez no seu historial, a Taça CERS em hóquei em patins. Uma vitória que nos deixa muito orgulhosos, não só por ser o segundo troféu europeu do nosso clube, mas também porque esta tem sido uma modalidade onde temos sido continuamente prejudicados internamente, tanto pelas arbitragens como pela própria estrutura federativa (que nos tirou o ano passado a organização da "final four" desta mesma prova).
Assistimos hoje a uma conquista à Benfica, arrancada com garra, espírito de sacrifício e alguma supremacia no encontro. Depois de derrotarmos a Física por 4-1 nas meias finais de ontem, este era o dia do tudo ou nada contra a equipa catalã do Vilanova, que jogava com o apoio do público, em sua casa.
Só uma exibição personalizada nos permitiria trazer a taça para a Luz, vinte anos depois da primeira, e o resultado de 4-6 espelha a qualidade do encontro e a superioridade Benfiquista. Apesar da sua jovem idade, foram precisamente os mais novos da equipa, João Rodrigues e Diogo Rafael, com 1 e 4 golos, respectivamente, que mais se evidenciaram e demonstraram que o futuro do hóquei nacional está assegurado. Depois, contar com jogadores da craveira do Luís Viana (1 golo), do Ricardo Pereira e do Caio faz o resto.
O facto de termos batido uma equipa do país que tem dominado quase a seu bel-prazer o hóquei em patins, em sua casa, dá um sabor ainda mais especial a este momento alto do hóquei encarnado e do hóquei português.
Vitória brilhante, a premiar uma secção que tem vivido momentos difíceis nos últimos anos mas que aos poucos dá passos sólidos para recuperar o tempo perdido e uma pujança que já foi indiscutida.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vieira vai falar...

Vem aí um novo ciclo? Há limites para a desfaçatez, para a incompetência, para o desrespeito pelo Benfica? De que me servem as suas desculpas? O que podíamos perder está perdido.

Despedida inglória

Sporting Clube de Braga 1-0 SLB Fim de uma época de frustrações, de trauma e de humilhação. Uma despedida ao nível do que foi o Benfica esta época, a perfeita antítese do ano passado. Uma equipa sem equilíbrio emocional, à deriva, sem estofo nem talento. O facto de termos alinhado com jogadores inertes fisicamente e de as armas secretas usadas neste jogo serem Jara, Menezes e Kardec diz tudo.
Acima de tudo NÃO MERECEMOS ir à final, tão pouco jogámos hoje. E digo isto desolado, porque bastava um golo para viajarmos até Dublin, mas criámos menos oportunidades do que o adversário e jogámos de forma incaracterística, "no chuveirinho", à espera que o golo caísse do céu.
O azar da lesão do Salvio não explica tudo o que de muito mau aconteceu esta época. Esta equipa estava sem confiança em si própria, mas acima de tudo física e mentalmente de rastos, em ruínas.
Disse Coentrão, mais do que meia equipa, que só a conquista Liga Europa permitia "esquecer esta época". Mas esta será uma época para lembrar pelos piores motivos possíveis.
Abraço